Diretor da CIA se reúne em segredo com líder talibã em Cabul

Diretor da CIA se reúne em segredo com líder talibã em Cabul

O encontro é o de mais alto nível entre os Estados Unidos e o regime fundamentalista desde a tomada de Cabul e o retorno dos talibãs ao poder

AFP

O diretor da CIA, William Burns, teve uma reunião confidencial em Cabul com o cofundador do Talibã Abdul Ghani Baradar

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O diretor da Agência Central de Inteligência americana (CIA), William Burns, teve uma reunião confidencial em Cabul, no Afeganistão, com o cofundador do Talibã Abdul Ghani Baradar, na segunda-feira, informou o jornal The Washington Post nesta terça-feira. Este foi o encontro de mais alto nível entre os Estados Unidos e o regime fundamentalista desde a tomada de Cabul e o retorno dos talibãs ao poder. Com frequência, Burns é retratado como o diplomata mais experiente do governo de Joe Biden.

A decisão do presidente Biden de enviar Burns para o Afeganistão ilustra a gravidade da crise para seu governo. Os Estados Unidos correm contra o relógio para retirar milhares de americanos e afegãos do território. O mulá Abdul Ghani Baradar, que liderou o escritório político dos talibãs no Catar, é agora o homem-forte do novo regime.

Ao ser procurado pela AFP, um porta-voz da CIA não confirmou a reunião e disse que a agência "nunca fala sobre os deslocamentos do diretor". O Washington Post não revelou o teor das conversas, mas provavelmente abordaram o atraso nas retiradas do aeroporto da capital afegã, onde milhares de pessoas aterrorizadas com o retorno dos talibãs aguardam para fugir do país.

Os americanos intensificam nesta terça-feira (24) seus esforços de retirada, após as advertências feitas pelos talibãs de que não vão tolerar estas operações daqui a uma semana. Uma reunião de cúpula virtual do G7 nesta terça-feira também tratará do assunto.

Diplomata de carreira, William Burns foi embaixador na Rússia e na Jordânia e depois subsecretário de Estado do ex-presidente Barack Obama. Na ocasião ele coordenou uma aproximação do Irã com negociações secretas em 2011 e 2012 em Omã com este país, apesar da ausência de relações diplomáticas com os Estados Unidos.


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