EUA suspeita de que Irã "tenha matado mais de mil" nos protestos

EUA suspeita de que Irã "tenha matado mais de mil" nos protestos

Protestos explodiram em novembro, depois que o governo iraniano elevou abruptamente os preços do combustível

AFP

Para Hook, número de vítimas letais é maior do que os 208 mortos estimados pela ONG Anistia Internacional

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O enviado especial dos Estados Unidos ao Irã, Brian Hook, levantou a suspeita, nesta quinta-feira, de que Teerã "pode ter matado mais de mil pessoas" desde o início dos protestos neste país, enquanto outros milhares teriam ficado feridos, ou estariam presos. "Não podemos ter certeza, porque o regime bloqueia as informações", disse Hook, acrescentando que "vários milhares de iranianos foram feridos, e pelo menos sete mil manifestantes foram detidos".

Os protestos explodiram em 15 de novembro no Irã, depois que o governo elevou abruptamente os preços do combustível. O país se encontra sob uma série de sanções impostas pelos Estados Unidos. Para Hook, a resposta repressiva do regime demonstrou que o Irã está perdendo apoio, mesmo de sua base tradicional da classe trabalhadora. "Esta é a pior crise política que o regime já teve de enfrentar em seus 40 anos", disse Hook.

O enviado americano insistiu em que o número de vítimas letais é muito maior do que os 208 mortos estimados pela ONG Anistia Internacional. Ao mesmo tempo, lembrou das dificuldades para se verificar esta informação.

Hook relatou que os EUA receberam fotos e vídeos de cerca de 32 mil pessoas, material usado, junto com informes de grupos externos, para fazer essa estimativa. O Irã classificou o alto número de mortos divulgados por fontes estrangeiras como "mentiras absolutas". Até o momento, a República Islâmica confirmou apenas cinco vítimas letais: quatro membros das forças de segurança assassinados por "agitadores" e um civil.


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