Ex-presidente afegão está nos Emirados Árabes Unidos

Ex-presidente afegão está nos Emirados Árabes Unidos

Ashraf Ghani declarou no domingo que deixou o país para evitar um "banho de sangue"

AFP

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O governo dos Emirados Árabes Unidos anunciou nesta quarta-feira que recebeu o ex-presidente afegão Ashraf Ghani e sua família após a fuga do país, motivada pela vitória talibã. Os Emirados "receberam o presidente afegão Ashraf Ghani e sua família por motivos humanitários" anunciou a agência oficial WAM, que citou o ministério das Relações Exteriores.

Ashraf Ghani declarou no domingo que deixou o país para evitar um "banho de sangue", ao reconhecer que os "talibãs venceram". Sem anunciar seu destino, afirmou que estava convencido de que se tivesse permanecido no Afeganistão, "muitos patriotas morreriam e Cabul seria destruída".

"Os talibãs ganharam pelas armas e são, a partir de agora, os responsáveis pela honra, o controle e a preservação do país", completou em uma mensagem no Facebook. Vários boatos circulavam sobre seu destino final: Tadjiquistão, Uzbequistão, Omã e, como foi revelado, Emirados Árabes Unidos.

Esta não é a primeira vez que o rico país do Golfo recebe governantes exilados. No ano passado, o ex-rei da Espanha Juan Carlos viajou para o exílio nos Emirados, ante as investigações por corrupção iniciadas pela justiça de seu país.

Em 2017, Dubai recebeu o ex-primeiro-ministro tailandês Yingluck Shinawatra, condenado à revelia a cinco anos de prisão. A ex-primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto permaneceu no exílio nos Emirados entre 1999 e outubro de 2007.

Os Emirados, ao lado da Arábia Saudita e do Paquistão, reconheceram o anterior governo talibã, de 1996 a 2001.


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