Greve anunciada em região opositora ao novo presidente da Bolívia

Greve anunciada em região opositora ao novo presidente da Bolívia

Manifestação exige uma auditoria das recentes eleições presidenciais após suspeitas de fraude em favor de Arce

AFP

Arce criticou manifestações, lembrando que "elas atrasam a retomada, geração de empregos e renda"

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O rico departamento de Santa Cruz e concentração da direita boliviana realizará uma greve de atividades nesta quinta e sexta-feira, exigindo uma auditoria das recentes eleições presidenciais, após suspeitas de fraude em favor do esquerdista Luis Arce, segundo um dirigente.

A ação é organizada pelo Comitê Cívico da região, conglomerado empresarial civil do leste do país, informação confirmada pelo presidente da entidade, Rómulo Calvo, citado nesta quarta-feira pela emissora privada Unitel, após reunião de seu diretório na noite de terça-feira.

A greve nesta região, que representa um quarto do PIB boliviano, terá duas etapas: na quinta-feira no meio rural e na sexta-feira se estenderá para a capital, Santa Cruz, a cidade mais populosa do país, explicou Calvo.

O dirigente confirmou a posição do Comitê, que desde a semana passada realiza pequenos bloqueios nas ruas e avenidas: "Não aceitamos o relatório [de resultados eleitorais] apresentado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e rejeitamos categoricamente a contagem eleitoral" que declarou como vencedor Arce com 55% dos votos, o afilhado político do ex-presidente Evo Morales.

O poderoso governador da região, Rubén Costas, considerou "fundamental exigir do Tribunal Supremo Eleitoral uma auditoria do processo eleitoral, e em particular do resultado da votação, para dar certeza e confiança a todo o povo boliviano". O seu governo suspenderá o trabalho em apoio à greve regional.

O presidente do TSE, Salvador Romero, indeferiu a auditoria "porque esse processo está encerrado" e reiterou que o resultado foi validado por diversos organismos internacionais e nacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA). Ele ratificou a validade das eleições e reiterou a vitória de Arce.

Luis Arce, que tomará posse no próximo domingo, criticou as manifestações dias atrás, lembrando que "elas atrasam a retomada, geração de empregos e renda".

Bloqueios esporádicos de ruas e avenidas também foram registrados em outras regiões da Bolívia desde a semana passada, como em Cochabamba, no centro do país.


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