Irã não voltará aos compromissos do acordo nuclear até que EUA suspenda sanções

Irã não voltará aos compromissos do acordo nuclear até que EUA suspenda sanções

Plano de Ação Integral Conjunto (PAIC) tem como objetivo impedir que o Irã tenha armas nucleares, em troca da suspensão das sanções internacionais que asfixiam a economia do país

AFP

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O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou neste domingo que primeiro o governo dos Estados Unidos deve suspender "completamente" as sanções contra seu país, antes que a República Islâmica volte a assumir os compromissos determinados pelo acordo nuclear. "Se querem que o Irã volte a seus compromissos (...) Estados Unidos devem suspender completamente as sanções, e não apenas de forma retórica ou no papel", disse em um discurso para comandantes da Força Aérea.

"Depois verificaremos se, de fato, as sanções foram corretamente suspensas", acrescentou. O acordo nuclear de 2015 – com a participação dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, Reino Unido, China, França, Rússia e Estados Unidos, além da Alemanha – está por um fio desde que Washington abandonou o pacto em 2018 durante o governo de Donald Trump.

O Plano de Ação Integral Conjunto (PAIC) tem como objetivo impedir que o Irã tenha armas nucleares, em troca da suspensão das sanções internacionais que asfixiam a economia do país. Mas a República Islâmica respondeu ao retorno das fortes sanções americanas com o descumprimento progressivo de sua parte no acordo.

Todos os olhares estão voltados agora para a nova administração americana, do presidente Joe Biden, que afirma ter disposição para retornar ao acordo, mas com uma condição: que Teerã encerre todas as violações antes. No início de fevereiro, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, solicitou à União Europeia (UE) que coordenasse um retorno sincronizado de Washington e Teerã.

O governo dos Estados Unidos, no entanto, considerou que era muito cedo para aceitar a proposta iraniana e retomar o acordo sobre o programa nuclear. Khamenei declarou que o Irã tem o "direito de fixar as condições da continuidade" e não os Estados Unidos e os três membros europeus do acordo - França, Reino Unido, Alemanha - que "violaram seus compromissos".

 

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