Manifestantes enterram mortos após protestos no Iraque

Manifestantes enterram mortos após protestos no Iraque

Confrontos deixaram 16 mortos conflitos durante protestos no país

AFP

Iraque já registrou 400 mortes desde início do movimento

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Um importante cortejo fúnebre foi registrado nesta sexta-feira em Najaf, onde 16 manifestantes foram mortos na véspera, de acordo com fontes médicas da cidade sagrada do sul do Iraque. Após uma das jornadas mais violentas de protestos contra o governo nos últimos dois meses, a situação era relativamente calma em Najaf e Nasiriya, onde em poucas horas 25 pessoas morreram em operações das forças de segurança lideradas por um comandante militar enviado especialmente à região.

Em Najaf, que recebe a cada ano milhões de peregrinos xiitas, sobretudo procedentes do Irã, a multidão carregou sete caixões. Os médicos anunciaram um balanço de 16 mortos na quinta-feira. Com 43 vítimas fatais na quinta-feira - e quase mil feridos - , o balanço de dois meses de protestos subiu para quase 400 mortos no Iraque, de acordo com um balanço da AFP com base em informações divulgadas por fontes médicas e da polícia.

Na quarta-feira à noite, a violência aumentou em Najaf quando homens com trajes tradicionais abriram fogo contra os manifestantes perto do consulado do Irã e das sedes dos partidos políticos. Em Nasiriya, os manifestantes se reuniram em uma praça do centro da cidade para exigir a "queda do regime" e a renovação completa de uma classe política que acusam de corrupta e incompetente

No Iraque, país que tem uma das maiores reservas de petróleo do mundo, 20% da população vive abaixo da linha da pobreza. Na quinta-feira, a cidade foi cenário de "cenas de guerra", afirmou a organização Anistia Internacional. Médicos afirmaram à AFP que fizeram dezenas de cirurgias complexas em hospitais lotados de feridos.

Ante o temor do envio pelo governo de reforços policiais e militares, combatentes tribais armados bloquearam a estrada que liga a cidade com a capital Bagdá para proteger os manifestantes da repressão. Mas nesta sexta-feira, as barricadas não estavam mais no local.


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