Milhares de israelenses protestam, a dois metros de distância, contra Netanyahu

Milhares de israelenses protestam, a dois metros de distância, contra Netanyahu

Movimento critica conduta do primeiro-ministro não apenas durante a crise do novo coronavírus

Correio do Povo

Evento ocorreu em Tel Aviv, com mais de cinco mil pessoas

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Em um protesto coordenado contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e as ações do governo para conter a pandemia de Covid-19, milhares de israelenses tomaram a Praça Rabin, em Tel Aviv, e mantiveram distância de dois metros. No chão, uma marca designava o local onde cada manifestante deveria permanecer, seguindo as diretrizes de distanciamento social recomendadas pela Organização Mundial da Saúde. Os organizadores do evento marcara 2,8 mil pontos nas pedras, mas estimam que o dobro de pessoas.

Os manifestantes ergueram bandeiras israelenses e bandeiras pretas para simbolizar o que veem como ataques de Netanyahu contra os sistemas democráticos do país – antes do início da pandemia, ele foi indiciado por suborno, fraude e quebra de confiança, na primeira vez na história do Estado judeu que um premiê tem acusação criminal durante exercício do mandato. Usando máscaras de acordo com as mais recentes diretrizes de saúde, um manifestante levantou uma placa que dizia: "Não vou ficar quieto porque meu país mudou de cara".

Discursando para a multidão no domingo, os líderes da Yesh Atid-Telem (aliança centrista), Yair Lapid e Moshe Ya'alon, acusaram Netanyahu de destruir a democracia israelense e disseram que seu ex-aliado, o líder da coligação Azul e Branco,  Benny Gantz, estava permitindo que isso acontecesse, tentando se juntar a ele no governo. O líder do partido predominantemente árabe Meretz, Ayman Odeh, e o general reformado Yair Golan também usaram o microfone para falar.

Nesta semana, Israel começou a diminuir as restrições sociais para impedir a propagação do coronavírus. Desde 9 de março, o Ministério da Saúde israelense determinou que qualquer pessoa que tenha voltado de um país estrangeiro, ou que tenha tido contato com um paciente confirmado da Covid-19, entre em isolamento domiciliar por uma semana – no dia 12 de março, o primeiro-ministro anunciou o fechamento de escolas e universidades.

Mas, mesmo sob as mais estritas limitações, os protestos ainda eram permitidos desde que respeitassem os regulamentos do governo. Nesta segunda-feira, dezenas de manifestantes se manifestaram ao lado da casa do parlamentar Gabi Ashkenazi, devido à disposição de Gantz de formar um governo de unidade e servir sob Netanyahu. 

Os líderes do protesto disseram que a polícia entregou cinco multas por "recusa a dispersar o encontro proibido". Conforme dados da Universidade John Hopkins, dos Estados Unidos, Israel tinha até esta manhã 13.64 casos confirmados de Covid-19, dos quais 173 resultaram em óbitos.


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