Países europeus iniciam campanha de vacinação em crianças contra a Covd-19

Países europeus iniciam campanha de vacinação em crianças contra a Covd-19

Dinamarca, Áustria, Grécia, Hungria e várias regiões alemãs iniciaram a imunização de menores de 12 anos

AFP

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Espanha e outros países europeus iniciaram nesta quarta-feira a vacinação contra a Covid-19 de crianças entre 5 e 11 anos, em um esforço para combater o avanço da pandemia e manter as escolas abertas diante da propagação da variante ômicron, que em janeiro pode dominar a região. Dinamarca, Áustria, Grécia, Hungria e várias regiões alemãs iniciaram a imunização de crianças menores de 12 anos, faixa etária atualmente mais afetada por infecções, para a qual a agência europeia de medicamentos autorizou a vacina Pfizer-BioNTech no final de novembro.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, advertiu nesta quarta-feira no Parlamento Europeu que a ômicron pode ser "a nova variante dominante na Europa em meados de janeiro". Com 66,6% da população do bloco vacinada, a dirigente europeia estimulou os países a trabalharem para aumentar a taxa de imunização.

Segundo ela, "o preço que pagaremos, se as pessoas não estiverem vacinadas, continuará aumentando", com efeitos para as festas de Natal, ou com fechamento de escolas e cancelamento de outras atividades. Ainda assim, a vacina tem adversários ferozes em vários países europeus, incluindo a Alemanha. Em Dresden (Saxônia), por exemplo, um reduto do movimento antirrestrições e da extrema direita, a polícia interveio, após ameaças de morte feitas no Telegram contra o ministro-regional presidente, Michael Kretschmer.

Diante do Parlamento, o novo chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que seu país se "defenderá" contra uma "minoria de extremistas" antivacinas. A polícia suspeita de que alguns membros do grupo que fez as ameaças "podem estar em posse de armas".

"Para abraçar sem limites"

Um dos países com as mais altas taxas de vacinação da Europa e onde os antivacinas são minoria, a Espanha passou a imunizar crianças entre 5 e 11 anos em escolas, centros de vacinação e hospitais, dependendo das regiões. O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, disse esperar que a aplicação de vacinas em crianças faça de seu país "um exemplo para o mundo". Uma pesquisa do instituto Appinio mostra que 74% dos pais espanhóis com filhos entre 5 e 11 anos pretendem vaciná-los.

O governo lançou um anúncio na televisão para promover a imunização. Nele, algumas crianças dizem que é sua vez de levarem a picada "para abraçar sem limites", "para ajudar a acabar com o vírus" e "para proteger os idosos". Na Grécia, o ministro da Educação, Niki Kerameus, foi um dos primeiros a levar o filho ao hospital para receber a vacina. O país já tem mais de 30 mil agendamentos para a aplicação das doses em crianças.

A França aprovou a vacinação apenas para crianças com risco de desenvolver uma forma grave da doença, mas o governo cogita expandir a medida para todos, de forma voluntária. Outros países europeus, como Itália, Polônia, Portugal, República Tcheca, Chipre, ou as nações bálticas, iniciarão campanhas similares nos próximos dias. Alguns ainda debatem o que deve ser feito.

A Suíça tem a aprovação da agência reguladora, mas provavelmente a campanha começará apenas em janeiro. Bélgica e Reino Unido aguardam as recomendações de suas agências reguladoras.

Propagação rápida

O início da campanha na Europa acontece um dia depois do alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a propagação sem precedentes da ômicron, notificada em 77 países, mas que provavelmente já atingiu mais nações. Os últimos a anunciarem casos foram Quênia e Equador, que detectaram a nova variante em um homem de 48 anos. Ele havia estado na África do Sul, disse a ministra da Saúde, Ximena Garzón.

A vacinação das crianças já começou em vários países, como Estados Unidos, Dinamarca, algumas regiões da Áustria, Bolívia, ou Chile – neste último caso, a partir dos 3 anos.

Nos Estados Unidos, primeiro grande país a ampliar a vacinação para os pequenos, mais cinco milhões de crianças já foram imunizadas. Com muitos países apostando na administração de uma terceira dose da vacina para conter a nova onda, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) indicou na quarta-feira que a vacina da Johnson & Johnson poderia ser usada como reforço em maiores de 18 anos.


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