Papa Francisco se recupera após cirurgia no intestino

Papa Francisco se recupera após cirurgia no intestino

Internação em hospital deverá durar cinco dias, mas Vaticano não informou prazo para alta

AE

Papa pediu ato de solidariedade aos fiéis

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O papa Francisco, de 84 anos, reagiu bem após se submeter a uma cirurgia no intestino neste domingo, no Hospital Policlínico Gemelli de Roma, informou o Vaticano à noite. O objetivo do procedimento foi de reparar uma estenose (estreitamento) no intestino grosso. A Santa Sé informou ser uma cirurgia programada, mas o assunto havia ficado sob sigilo até o pontífice chegar ao centro médico.

A estenose diverticular sintomática do cólon é uma espécie de inflamação, potencialmente dolorosa, por causa de divertículos – pequenas bolsas que se formam na parede do sistema digestivo – ou hérnias. É mais comum em idosos e, se há estreitamento, pode exigir cirurgia.

A internação no hospital deve durar pelo menos cinco dias. O Vaticano não informou quanto tempo demorou o procedimento, que demandou anestesia geral do paciente. Uma equipe de dez profissionais acompanhou a operação, tendo à frente Sergio Alfieri, diretor do Gemelli e especialista em cirurgias no aparelho digestivo. O médico particular do papa estava na sala.

O anúncio causou surpresa porque Francisco participou pela manhã da tradicional oração do Angelus, na Praça São Pedro, no Vaticano, mas não mencionou a cirurgia. Para dezenas de fiéis que acompanharam a celebração, o pontífice argentino aparentava boa forma física e ainda anunciou que pretende viajar em setembro para a Hungria e a Eslováquia. Será a segunda viagem fora da Itália do líder religioso este ano - em março, ele visitou o Iraque.

Na semana passada, porém, o papa chegou a pedir aos fiéis que fizessem uma oração especial por ele. Francisco não especificou o motivo, mas pode ter sinalizado preocupação com a saúde: “O papa precisa da oração de vocês”, afirmou ao grupo na Praça São Pedro. “Sei que vocês vão fazer isso.”

Nos últimos dias, também havia sido informada a suspensão, pelo resto de julho, das audiências do papa com o público às quartas, sob a justificativa de uma pausa durante o verão.

Rotina intensa

Em geral, Francisco tem boa saúde, mas ele teve parte do pulmão removido quando era jovem e vivia na Argentina. Também sofre de ciática, que afeta a coluna e as pernas. Isso exige fisioterapia e, às vezes, cancelamento de aparições programadas.

Na última semana, ele teve agenda particularmente exigente, incluindo a celebração em homenagem a São Pedro e São Paulo e uma cerimônia especial para o Líbano. No dia 28, participou de longo encontro privado com o secretário de Estado americano, Antony Blinken.

Após um ano e meio de pandemia e agora com o avanço da vacinação pelo mundo, o papa tem se esforçado para ampliar a agenda de compromissos e viagens. “Não tenho medo da morte”, declarou Francisco a um jornalista argentino em um livro de entrevistas lançado em 2019. Disse ainda que, após perder parte do pulmão, nunca se sentiu cansaço ou limitação física.

Francisco foi eleito para liderar a Igreja Católica em 2013, após a saída de Bento XVI, o primeiro a renunciar ao posto em cerca de 600 anos. À época, Bento alegou fragilidades de saúde. Hoje ele tem 93 anos, vive recluso em um mosteiro no Vaticano e se desloca de cadeira de rodas.

Um hospital dos pontífices

O Hospital Gemelli, em Roma, é o centro médico onde os papas costumam tratar seus problemas de saúde. Francisco vai ficar internado no 10º andar, numa ala reservada para pontífices.

O papa João Paulo II – que sofreu vários anos com Parkinson e morreu em 2005 – passou tanto tempo nesse hospital que ele costumava se referir ao Gemelli, em tom de brincadeira, como um outro Vaticano.

Nesta semana, os acessos ao hospital ficarão vigiados por seguranças e policiais. No início da tarde de ste domingo, Francisco chegou ao local de automóvel, sem escolta, acompanhado do motorista e de um assistente próximo.


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