Presidente do Irã afirma que não deixará o EI se instalar na fronteira afegã
País compartilha uma fronteira de mais de 900 km com o Afeganistão
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O Irã não permitirá que o grupo extremista Estado Islâmico (EI) se instale em sua fronteira com o Afeganistão, alertou neste sábado (18) o presidente Ebrahim Raisi. "Não vamos tolerar que organizações terroristas ou o EI se instalem perto de nossa fronteira", declarou em um discurso divulgado pela televisão oficial iraniana.
"A presença do EI no Afeganistão é perigosa, não só para o Afeganistão, mas para toda a região", acrescentou Raisi, após uma visita oficial ao Tadjiquistão, onde ocorreu um encontro entre os países aliados da Rússia e China para abordar o retorno do Talibã ao poder e a preocupação que gera na Ásia central.
A República Islâmica do Irã compartilha uma fronteira de mais de 900 km com o Afeganistão e manteve relações conflituosas com os talibãs durante seu primeiro Emirado Islâmico (1996-2001), que Teerã nunca reconheceu. No entanto, parece que há vários meses o Irã, xiita, está se aproximando do grupo islâmico sunita, a partir de um ponto de vista pragmático, e estima que os talibãs terão que fazer "parte da futura solução" para o Afeganistão.
Os fundamentalistas anunciaram um governo formado unicamente por talibãs da etnia pastun. "Um governo que pertence a um só grupo étnico e político não pode resolver os problemas do Afeganistão", estimou neste sábado Raisi, que pediu para criar um governo representativo de todo o país.