Putin propõe proibir casamento homossexual na Constituição

Putin propõe proibir casamento homossexual na Constituição

Presidente russo apresentou novas emendas constitucionais ao Parlamento, iniciativa considerada como destinada a organizar o período pós-2024

AFP

Emendas estabelecem que a menção à "fé em Deus" dos russos seja introduzida na Constituição

publicidade

O presidente russo Vladimir Putin apresentou novas emendas constitucionais ao Parlamento, introduzindo a menção de Deus na Constituição e estabelecendo o princípio de que o casamento só é possível entre um homem e uma mulher.

Putin anunciou em janeiro que a Rússia alteraria sua Constituição de 1993, uma iniciativa amplamente considerada como destinada a organizar o período pós-2024, ano em que termina seu quarto e último mandato presidencial.

Essas emendas constitucionais foram adotadas por unanimidade pelos deputados em primeira leitura, mas Vladimir Putin apresentou 24 páginas adicionais de emendas antes da segunda leitura, a mais importante, prevista para 10 de março, anunciou nesta segunda-feira o presidente da Duma, Viatcheslav Volodine. "As emendas do presidente são o resultado de seu diálogo com representantes de todas as facções e da sociedade civil", disse ele em comunicado divulgado pela Duma, a câmara baixa do parlamento russo.

Essas emendas estabelecem que a menção à "fé em Deus" dos russos seja introduzida na Constituição e estipula que o casamento é a união de um homem e uma mulher, disse um vice-presidente do Parlamento, Piotr Tolstoi. Essas novas emendas também proíbem que partes do território russo sejam entregues a Estados estrangeiros e tornam ilegal qualquer ação nesse sentido.

Vladimir Putin havia evocado a ideia de fixar o princípio da proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo em meados de fevereiro, durante uma reunião com um grupo de trabalho formado pelo Kremlin para apoiar a reforma. A maioria das emendas votadas pela Duma em primeira leitura eram de natureza mais institucional, visando, em particular, o fortalecimento dos poderes presidenciais. Um "voto popular" com contornos vagos deve ser organizado em 22 de abril para aprovar essas mudanças.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895