Rússia acusa Estados Unidos de promover "racismo contra brancos" e tentar "uma revolução cultural"

Rússia acusa Estados Unidos de promover "racismo contra brancos" e tentar "uma revolução cultural"

Chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, afirmou que seu país foi "pioneiro do movimento que promove a igualdade dos direitos das pessoas de qualquer cor"

AFP

Lavrov disse que a Rússia apoia há muito tempo a "tendência mundial de que todo o mundo quer acabar com o racismo"

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O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, alertou nesta quinta-feira (1º) que um racismo contra os brancos poderia estar surgindo nos Estados Unidos e disse que a correção política "levada ao extremo" teria consequências lamentáveis. Em uma entrevista com cientistas políticos emitida pela televisão nacional, Lavrov disse que a Rússia apoia há muito tempo a "tendência mundial de que todo o mundo quer acabar com o racismo".

"Fomos pioneiros do movimento que promove a igualdade dos direitos das pessoas de qualquer cor", disse o ministro russo. Mas é importante "não passar ao outro extremo que vimos durante os eventos do BLM [siglas do movimento Black Lives Matter] e a agressão contra os brancos, os cidadãos brancos dos Estados Unidos".

Fundado nos Estados Unidos em 2013, o BLM é um movimento que ganhou força após o assassinato de George Floyd por um policial, um homem negro que estava desarmado em maio de 2020. O movimento gerou um grande debate sobre o racismo, os direitos das pessoas negras e a derrubada de estátuas de figuras vinculadas à escravidão ou à colonização em países como Estados Unidos e Reino Unido.

Lavrov acusou os Estados Unidos de querer espalhar por todo o mundo o que chamou de "uma revolução cultural" e disse que "tem chances colossais de fazer isso". "Agora Hollywood também está mudando suas regras para que tudo reflita a diversidade da sociedade moderna", afirmou o chefe da diplomacia russa, que considerou isso "uma forma de censura". "Já vi negros atuarem nas comédias de Shakespeare. Só não sei quando verei um Otelo branco", insistiu Lavrov, para quem "o politicamente correto não terminará bem".

 

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