Rússia ignora pressão americana e não impedirá referendo na Crimeia
Referendo está marcado para o próximo domingo e ameaça desmembrar a Ucrânia
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Neste sentido, Kerry afirmou que é improvável que o presidente russo Vladimir Putin tome alguma decisão para frear a escalada na Ucrânia até a realização do referendo nesta península autônoma, enquanto Lavrov garantiu que a Rússia "não tem planos de invadir a região sudeste da Ucrânia".
Contudo, horas antes, Moscou ameaçou intervir na situação, justificando que as "autoridades de Kiev não controlam a situação no país", no dia seguinte à violentos confrontos em Donetsk, que terminaram com a morte de um manifestantes partidário da unidade da Ucrânia por pró-russos. "A Rússia tem consciência de sua responsabilidade sobre a vida de seus concidadãos e compatriotas na Ucrânia e se reserva o direito de protegê-los", afirmou o ministério das Relações Exteriores em um comunicado. A tensão na Crimeia é o último episódio de uma crise iniciada com os protestos contra o presidente ucraniano Viktor Yanukovytch, aliado do russo Vladimir Putin, sua destituição e a instalação de um governo favorável a uma aproximação da Ucrânia com a União Europeia.
A Crimeia, cuja população é majoritariamente de origem russa, respondeu com um plano para separar-se
da Ucrânia. A Rússia, por sua vez, enviou tropas para esta região ucraniana, que abriga sua frota no Mar Negro
desde o século XIX. Mas a Crimeia pode ser o primeiro passo do desmembramento da Ucrânia, se outras províncias do leste de língua russa decidirem seguir o mesmo caminho, tal como sugeriu o líder pró-russo da Crimeia
Serguei Axionov.