Restrições pela pandemia fazem despencar pedidos de asilo na UE em 2020

Restrições pela pandemia fazem despencar pedidos de asilo na UE em 2020

No ano passado, foram recebidas 485 mil solicitações, 32% menos do que as 716 mil feitas em 2019

AFP

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O número de pedidos de refúgio apresentados na UE registrou queda de um terço em 2020, consequência das restrições de fronteira provocadas pela pandemia do coronavírus, informou a Agência Europeia de Apoio ao Asilo (EASO) em seu relatório anual, nesta terça-feira (29).

O número de solicitações apresentadas por venezuelanos e colombianos no ano passado foi superado apenas por sírios e afegãos, embora também tenha sofrido um forte retrocesso: de 32%, para cidadãos da Venezuela, e 9%, para a Colômbia.

"Sabemos que, em nível mundial, ainda há um número recorde de pessoas que precisam de proteção internacional, mas elas simplesmente não conseguiram chegar à Europa", disse a Diretora da EASO, Nina Gregori, ao apresentar o relatório. Os números do relatório confirmaram os dados iniciais da EASO divulgados em fevereiro, indicando o nível mais baixo de pedidos de refúgio na UE e nos países associados desde 2013.

No ano passado, foram recebidas 485 mil solicitações, 32% menos do que as 716 mil feitas em 2019. Destes, 42% receberam alguma forma de proteção internacional que permitia ao solicitante permanecer em território da UE. Metade dos casos aprovados recebeu o status de refugiado, enquanto o restante teve concedida proteção humanitária, ou subsidiária.

Alemanha, França e Espanha foram os países que mais receberam pedidos de asilo. De acordo com um especialista da EASO, a "ampla maioria" dos pedidos de venezuelanos e colombianos foi registrada na Espanha.

Sistema quase paralisado

Embora a pandemia de coronavírus tenha limitado a capacidade dos candidatos a refúgio de chegarem à Europa, também deixou o sistema comum de recepção da UE "quase paralisado", disse o relatório.

No momento, a Comissão Europeia trabalha para lançar um novo pacto sobre migração e, nesta terça-feira, chegou a um acordo provisório com o Parlamento Europeu sobre um projeto de lei para transformar a EASO em uma Agência da UE para Refúgio. Esta agência teria 500 especialistas no tema prontos para serem enviados para os Estados-Membros para reforçar o processamento dos pedidos.


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