Variante descoberta na Índia é 'preocupante', diz OMS

Variante descoberta na Índia é 'preocupante', diz OMS

Cientista explicou que mais detalhes serão publicados na terça-feira no relatório epidemiológico

AFP

Agência disse que pelo menos oito países são afetados na Europa

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, nesta segunda-feira (10), que classificou a variante do vírus da Covid-19 descoberta na Índia, a B.1.617, como "preocupante" por ser mais resistente e contagiosa. "Há informes de que a B.1.617 é mais contagiosa", mas também há indícios de que tem um grau de resistência às vacinas e, "portanto, nós a classificamos como uma variante preocupante", afirmou a doutora Maria Van Kerkhove, responsável técnica pela luta contra a covid-19 na OMS.

A cientista explicou que mais detalhes serão publicados na terça-feira no relatório epidemiológico semanal da agência da ONU. Ela ressaltou, porém, que faltam muitas pesquisas sobre essa variante, principalmente por meio do aumento do sequenciamento, "para saber a quantidade desse vírus que circula" e o grau de "intensidade" com que atenua a eficácia das vacinas.

"Não temos nada que sugira que nossos diagnósticos, medicamentos e vacinas não estejam funcionando. E isso é importante", frisou, insistindo ainda que é preciso continuar a aplicar medidas sanitárias como o distanciamento social, uso de máscara, redução de contatos, etc.

Uma vacina com eficácia reduzida não significa que não cumpra uma função protetora contra as formas mais graves da Covid-19 e previna mortes. "Vamos continuar vendo variantes preocupantes e tudo o que for possível deve ser feito para limitar a transmissão, limitar as infecções, prevenir o contágio e reduzir a gravidade da doença", insistiu.

Essa nova variante é uma das razões, mas de longe não é a única, que explica a explosão da pandemia na Índia, que é atualmente o pior foco da doença. De acordo com estatísticas oficiais, cerca de 4.000 pessoas morrem atualmente a cada dia de covid-19 na Índia, onde o saldo total da epidemia é próximo a 250.000 mortes.

Muitos especialistas estimam que esses números são inferiores à realidade e citam dados de crematórios. As vítimas não contabilizadas são especialmente numerosas agora que o atual surto epidêmico se espalhou para fora das grandes cidades, em áreas rurais onde os hospitais são escassos e seus registros são mal atualizados.

 


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