Aprovados pedem nomeações na Segurança antes do cronograma do governo

Aprovados pedem nomeações na Segurança antes do cronograma do governo

Estado prevê nomear 400 servidores da Susepe em 2021

Correio do Povo

Debate também abordou políticas prisionais

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Cerca de mil aprovados em concurso público para a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) ainda aguardam um chamamento por parte do Governo do Estado. “Há uma previsão de chamamento em 2021 de somente 400 servidores”, lamentou Gustavo Vieira Pereira, um dos integrantes da Comissão dos Aprovados da Susepe de 2017 que realiza, nesta sexta-feira, o seminário Políticas Públicas em Gestão Prisional no Plenarinho da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre.

“É um problema diante das novas casas prisionais abertas e aposentadorias”, avaliou, defendendo a antecipação da convocação dos futuros policiais penais inclusive também devido ao deficit da categoria está atualmente em 4.725 servidores. “Existe outro agravante que é a questão dos policiais militares dentro das casas prisionais. É um ônus muito grande”, acrescentou. Na avaliação dele, a retirada de cerca de 800 brigadianos dos presídios contribuiria também com a situação financeira estadual.

“Teríamos uma economia de R$ 1,5 milhão ao mês”, calculou, acreditando quer basta ter “vontade política”. Citou como exemplo o estado do Mato Grosso do Sul, que está colocando policiais penais no lugar dos policiais militares nos presídios. 

Sobre a realização do seminário Políticas Públicas em Gestão Prisional pela Comissão dos Aprovados da Susepe de 2017, Pereira explicou que o evento busca discutir o sistema prisional gaúcho com especialistas da área. “Temos de pensar uma nova perspectiva. O viés é a ressocialização do preso”, resumiu.

Política criminal

Um dos convidados do seminário foi o diretor do Instituto Cidade Segura, Marcos Rolim, que proferiu a palestra “Contexto e caminhos para uma nova política penal”. Rolim apresentou experiências de execuções penais de outros países e de recuperação e ressocialização de detentos.

“Temos muita dificuldade de prender quem pratica realmente crimes violentos. Condenamos e botamos na cadeia os jovens e pobres ligados ao tráfico de drogas e crimes contra o patrimônio. Esse é o perfil da massa carcerária brasileira. Ao superlotar os presídios, garantimos que haja associação criminal em facções. O governo produz o sistema de facções. Então, a prisão acaba sendo uma forma muito interessante de contratar violência futura. É preciso repensar isso”,  considerou.


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