Envolvidos na morte de escrivão em Gravataí serão julgados nesta terça-feira

Envolvidos na morte de escrivão em Gravataí serão julgados nesta terça-feira

Policial civil foi baleado e morto durante operação contra o narcotráfico em 23 de junho de 2017, em Gravataí

Correio do Povo

Ugeirm Sindicato convoca toda categoria para acompanhar júri

publicidade

Nesta terça-feira, a partir das 9h, começa o júri de cinco envolvidos no assassinato do policial civil Rodrigo Wilsen da Silveira, 38 anos, durante uma operação realizada contra o narcotráfico na manhã do dia 23 de junho de 2017 em um apartamento em Gravataí. O escrivão, então chefe de investigação da 2ª DP de Gravataí, foi baleado por um dos quatro réus, sendo socorrido ao Hospital Dom João Becker, onde não resistiu aos graves ferimentos.

O autor dos tiros foi denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por homicídio duplamente qualificado do escrivão e pela tentativa de homicídio de outros três agentes. Ele responde também pelos crimes de tráfico de drogas, posse e porte ilegal de armas, receptação e organização criminosa.

O julgamento ocorre no Fórum de Gravataí. Além do responsável pelos disparos que mataram o policial civil, outras quatro pessoas serão julgadas pelos crimes de tráfico de drogas, posse e porte ilegal de armas, receptação e organização criminosa. Nos debates, a acusação e a defesa terão 2h30min cada para se manifestarem. Réplica e tréplica, se houver, serão de duas horas cada. A expectativa é de que o julgamento se estenda por dois dias.

Conforme a denúncia do MPRS protocolada em 1° de agosto de 2017, na data do crime, as vítimas cumpriam mandado de busca e apreensão em um condomínio em Gravataí. Ao ingressarem no apartamento em que se encontravam os réus, a equipe policial viu o principal envolvido com uma arma em punho entrando em um dos quartos. Ele era quem fazia a segurança armada do grupo, já tinha antecedentes criminais por homicídio e estava em liberdade condicional no dia da ação.

Em seguida, os agentes foram surpreendidos por diversos disparos de arma de fogo efetuados pelo réu. Rodrigo Wilsen da Silveira foi baleado na frente da esposa, também policial civil. Ela não sabia que estava grávida e acabou perdendo o bebê semanas depois.

Seis prisões foram efetuadas no apartamento, dos quais cinco permanecem recolhidos no sistema policial. A sexta acusada faleceu em 2019. A operação, que visava desarticular uma organização criminosa, resultou ainda na apreensão de armas, drogas e veículos, incluindo um carro roubado

Representativa dos policiais civis, a Ugeirm Sindicato convocou toda a categoria para acompanhar o julgamento nesta terça-feira. A entidade de classe lembrou que desde o dia do crime, a esposa de Rodrigo Wilsen da Silveira “tem se dedicado incansavelmente à luta para que se faça justiça e os assassinos do seu marido sejam punidos” e “que a punição exemplar dos assassinos de Rodrigo tem uma importância que transcende uma simples punição a um homicídio”.

“Quando foi baleado, Rodrigo estava trabalhando para cumprir uma ordem judicial, em nome do Estado. Seu assassinato é um ato contra a Polícia Civil e o próprio Estado. Ao atingir Rodrigo, todos os policiais que arriscam suas vidas diariamente, foram de alguma forma atingidos também. Por isso, o comparecimento ao Tribunal do Júri em Gravataí é uma obrigação para todos os policiais civis”, enfatizou a Ugeirm Sindicato.

“Esse julgamento é extremamente importante, pois a punição dos assassinos não é apenas uma questão de justiça com Rodrigo e a sua família. O que está em jogo é a própria instituição Polícia Civil. Por isso, temos que lotar a frente do Fórum de Gravataí, demonstrando ao Judiciário que estamos alertas e vamos cobrar uma punição exemplar. Rodrigo foi covardemente assassinado, enquanto exercia seu dever de proteger a sociedade, como fazemos diariamente. Para que possamos realizar nosso trabalho, temos que ter a certeza que o Judiciário e a sociedade não vão permitir a impunidade a qualquer um que se levantar contra a Polícia”, declarou o presidente da entidade de classe, Isaac Ortiz.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895