"Maníaco do ácido" é condenado a 12 anos e um mês de prisão em Porto Alegre

"Maníaco do ácido" é condenado a 12 anos e um mês de prisão em Porto Alegre

Sentença foi proferida pela juíza Gabriela Irigon Pereira, da 11ª Vara Criminal do Foro Central da Capital

Correio do Povo

Câmera de monitoramento registrou passagem do suspeito em um dos carros

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Conhecido como “maníaco do ácido” após ataques contra quatro mulheres e um adolescente na Zona Sul de Porto Alegre, um empresário, de 50 anos, foi condenado a 12 anos e um mês de prisão pela 11ª Vara Criminal do Foro Central da Capital. As cinco vítimas foram atacadas e feridas nos dias 19 e 21 de junho de 2019 na rua Santa Flora, no bairro Nonoai, e na rua Francisca Prezzi Bolognesi, no bairro Aberta dos Morros. A sentença foi dada pela juíza Gabriela Irigon Pereira nessa quinta-feira.

O “maníaco do ácido” foi condenado por lesões corporais graves e leves, além de ameaças, furto simples e adulteração de sinal identificador de veículo automotor. Ele poderá aguardar o trânsito em julgado da sentença em liberdade, condição em que já se encontra respondendo ao processo. Houve a fixação de uma multa como verba reparatória em favor das vítimas no valor acima de R$ 2,1 mil, sujeito à correção.

“Assim, após detida análise dos depoimentos colhidos em Juízo, em cotejo com os elementos constantes do Inquérito Policial, verifico que suficientemente comprovada a materialidade dos delitos em análise, e também a sua autoria que recai induvidosamente sobre o ora acusado quanto a todos os fatos, apesar da sua negativa quanto a três deles”, declarou a magistrada na sentença.

“Outrossim, convém registrar que as provas extraídas do notebook e dos telefones celulares do acusado mais do que reforçam o seu envolvimento no caso em apreço, evidenciando o intenso grau de culpabilidade de sua conduta, pois ele agiu com planejamento, pesquisa e premeditação, e, independentemente do motivo alegado – que, em tese, teria sido o de supostamente assustar e pressionar a sua ex-companheira após o término do relacionamento deles, o que não faz muito sentido, já que acusado disse ter sido ele quem pediu a separação –, com extremo desvalor pela vida e pela integridade física do ser humano, e visando a atingir vítimas aleatórias”, frisou.

O advogado Wellington Ribeiro, que defende o réu, divulgou uma nota oficial, na qual "informa que tomou conhecimento da sentença condenatória através da imprensa, sendo que até presente momento não foi intimado sobre a sentença" e "destaca que vê com irresignação a notícia da condenação em patamar tão elevado e que após tomar ciência irá recorrer da decisão".

O inquérito da 13ª DP, com cerca de 600 páginas, confirmou a premeditação dos ataques. Já o Instituto-Geral de Perícias (IGP) apurou na época que frascos apreendidos com o empresário continham ácido sulfúrico. A investigação considerou que a principal suspeita para a motivação dos ataques, desferidos em vítimas aleatórias, é de que o empresário pretendia assustar a ex-companheira, mostrando que Porto Alegre era uma cidade violenta.

Conforme a Polícia Civil, ele queria que a ex-companheira fosse morar com ele em Curitiba. Para cometer os ataques, o acusado alugou três veículos e chegou a furtar as placas de um outro carro em Sapucaia do Sul.

Dono de empresa de turismo, o empresário foi preso no dia 4 de outubro em Curitiba, no Paraná. Além da apreensão dos dois frascos de desodorante, os policiais civis recolheram um par de luvas, dois celulares, cinco cartões de chip, um notebook, três livros de autoajuda e uma pochete com ferramentas, entre outros objetos.


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