Polícia Civil deflagra operação contra golpe da venda da casa própria na Região Metropolitana

Polícia Civil deflagra operação contra golpe da venda da casa própria na Região Metropolitana

Organização criminosa foi alvo da ação 4ª DP de Canoas, que já identificou 15 vítimas com prejuízos acima de R$ 800 mil

Correio do Povo

Houve cumprimento de 29 mandados judiciais em seis cidades

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A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quarta-feira a operação Blackmail com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em aplicar o golpe da venda da casa própria na Região Metropolitana de Porto Alegre. As 15 vítimas já identificadas foram lesadas em mais de R$ 800 mil. A investigação foi realizada desde o começo deste ano pela equipe da 4ª DP de Canoas, sob comando da delegada Tatiana Barreira Bastos. Estão sendo apurados os crimes de extorsão, estelionato e associação criminosa.

A ação mobilizou cerca de 100 policiais civis, além de agentes da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). Houve o cumprimento de 18 mandados judiciais de busca e apreensão e de outros 11 mandados de prisão temporária em Canoas, Esteio, Nova Santa Rita, Porto Alegre, Gravataí e Ijuí. Segundo a delegada Tatiana Barreira Bastos, o golpe consistia na criação por parte dos suspeitos de anúncios em classificados virtuais de redes sociais da venda de um imóvel no bairro Rio Branco, em Canoas.

Assim que as vítimas entram em contato com o suposto dono do imóvel, as partes estabeleciam negociações e definiam as bases do acordo e o valor a ser pago. Para seduzir as vítimas a fechar o negócio e dar aparência de legitimidade e boa fé, os golpistas costumavam combinar um horário com as vítimas para assinatura de um contrato em tabelionato. Após a assinatura do referido acordo, as vítimas realizam transferências bancárias em nome de terceiros e em alguns casos realizam pagamento em mãos aos suspeitos para obter a posse do imóvel.

Após o pagamento, os estelionatários entravam em contato com as vítimas e faziam ameaças à vida delas, apresentavam fotografias de armas e diziam ser apenados. Conforme a titular da 4ª DP de Canoas, a intenção era amedrontar as vítimas para que elas saíssem da residência ou que nem ingressassem na posse do imóvel.

“A organização criminosa possui uma estrutura bem articulada e com divisão de tarefas específicas para cada envolvido, utilizando-se, além do golpe, de intimidações e ameaças que culminavam no abandono da residência e no início de um novo ciclo de venda, com o mesmo modus operandi, com outras vítimas”, enfatizou a delegada Tatiana Barreira Bastos.

Já o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ªDPRM), delegado Mario Souza, destacou que foi “uma investigação contra um crime que causa extenso prejuízo as vítimas”.


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