Polícia Federal e Receita Federal deflagram operações contra o tráfico internacional de drogas

Polícia Federal e Receita Federal deflagram operações contra o tráfico internacional de drogas

Ações ocorreram no Paraná, Santa Catarina e São Paulo, sendo cumpridas 103 ordens judiciais

Correio do Povo

Organizações criminosas enviavam cocaína para a Europa

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A Polícia Federal e a Receita Federal do Paraná deflagraram na manhã desta quinta-feira as operações Retis e Spiderweb com o objetivo de desarticular organizações criminosas especializadas no tráfico internacional de drogas entre o Brasil e a Europa. As ações são desdobramentos da operação Enterprise, realizada pela PF no dia 23 de novembro de 2020 em diversos estados e em outros países. 

Os agentes cumpriram 103 ordens judiciais, divididas em 17 mandados de prisão e outros 86 mandados de busca e apreensão, no Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Houve também a decretação de medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, que totalizam um valor estimado de aproximadamente R$ 55 milhões.

Existe ainda grande probabilidade de que no decorrer dos trabalhos ocorra a identificação e o bloqueio de outros bens vinculados aos integrantes das organizações criminosas.

As investigações revelaram que estes grupos se utilizavam de métodos variados para promover a remessa dos carregamentos de cocaína a países da Europa, por meio do porto de Paranaguá, no Paraná. Os traficantes faziam a inserção da droga por mergulhadores em compartimento submerso do navio, ocultação em contêineres sem conhecimento do exportador, ocultação no maquinário refrigerador dos contêineres e acondicionamento dissimulado da droga no interior de cargas lícitas de madeira, suco de laranja, açúcar, entre outras.

No decorrer do trabalho investigativo, iniciado em 2019, os policiais federais efetuaram 80 apreensões no país e no exterior que totalizam cerca de 21 toneladas de cocaína. Um dos flagrantes foi feito em conjunto com a França, sendo acompanhado o recebimento da cocaína em solo europeu, com a identificação do grupo criminoso responsável pela retirada da droga no porto de Le Havre. Os envolvidos foram presos e entorpecentes, pistolas e fuzis foram apreendidos na ocasião.

Conforme a PF, as organizações criminosas investigadas possuem vínculo direto com a máfia italiana, especificamente com uma organização mafiosa constituída na região da Calábria, que contrata a logística executada pelos investigados em Paranaguá para enviar os carregamentos de cocaína até os portos da Europa.

Os traficantes investigados também se caracterizam pela extrema violência empregada em suas ações, com a constatação do envolvimento dos integrantes em homicídios, inclusive o líder de um destes grupos foi executado a tiros.


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