Sepultado o corpo de vendedor espancado dentro de um açougue em Alvorada

Sepultado o corpo de vendedor espancado dentro de um açougue em Alvorada

Familiares e amigos de Wagner de Oliveira Lovato prestaram as últimas despedidas no São Jerônimo Cemitério Parque

Correio do Povo

Família quer justiça e contra impunidade

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O corpo do vendedor de lanches Wagner de Oliveira Lovato, 40 anos, foi sepultado na manhã desta terça-feira no São Jerônimo Cemitério Parque, no bairro Formoza, em Alvorada. Familiares e amigos prestaram as últimas despedidas. Ele foi espancado e morto no final de semana passada em um açougue na avenida Presidente Getúlio Vargas. Na noite de sábado, a vítima reclamou do preço da carne com um funcionário e acabou sendo agredida com socos e pontapés pelo gerente e um amigo deste. Devido aos graves ferimentos, o óbito ocorreu na noite do último domingo no Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre.

"A família espera justiça! Que eles não saiam impunes e que fiquem presos até o julgamento", declarou a prima da vítima, Taiamanda Lovato, à reportagem do Correio do Povo. "As lembranças que ficam é dele alegre, brincando com todos, sereno, sempre calmo...", recordou.

Segundo ela, Wagner de Oliveira Lovato deixa a esposa e três filhos, sendo uma de 22 anos, um de quatro anos e um bebê de três meses, além de uma neta de um ano e nove meses. "Ele tinha uma agropecuária durante seis anos e no início da pandemia ela quebrou, fechou...Ele trabalhou como motorista de táxi e não estava dando muito lucro...Ele começou então a vender salgados e pão feito em casa", lembrou a prima.

Já o titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), delegado Edimar Machado, afirmou que o dono do estabelecimento comercial deve prestar depoimento ainda nesta terça-feira. O proprietário do açougue não estava presente no momento das agressões. Testemunhas também estão sendo ouvidas. O delegado Edimar Machado confirmou ainda que os laudos do Instituto-Geral de Perícias estão sendo aguardados. “Preliminarmente se sabe que a causa da morte é traumatismo craniano”, observou.

Os dois autores do crime permanecem presos. O advogado Eduardo Andreis defende um dos detidos e divulgou uma nota oficial. "Primeiramente lamentamos profundamente o resultado fatal vitimando o Sr. Wagner, o que nunca foi desejado em nenhuma hipótese. Lamentamos sobretudo pela família deste trabalhador.  Tratou-se de uma fatalidade derivada de uma discussão, cujo desfecho foi um acidente fatal. Nunca imaginou que de seu soco pudesse resultar o falecimento de outro ser humano, provavelmente causado pela queda", manifestou-se. 

Conforme o advogado Eduardo Andreis, o seu cliente "tentou acudir Wagner, inclusive sendo agredido pelas testemunhas a socos e pontapés" e "ficou para prestar seus esclarecimentos às autoridades policiais e judiciárias, sem fugir de sua responsabilidade culposa", desejando "o esclarecimento total e a realização da Justiça".


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