Câmara de Porto Alegre debate problemas no abastecimento de energia com a CEEE Equatorial

Câmara de Porto Alegre debate problemas no abastecimento de energia com a CEEE Equatorial

A avaliação é a de que a concessionária de energia elétrica não vem prestando um serviço adequado

Felipe Faleiro

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A Câmara Municipal de Porto Alegre realizou, na manhã desta terça-feira, no Plenário Ana Terra, uma reunião entre representantes das comissões de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul (Cefor), e de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh), para discutir as constantes reclamações de consumidores sobre os serviços da CEEE Equatorial na Capital. O proponente do encontro, que teve ainda a presença de outros órgãos e da comunidade, foi o vereador Matheus Gomes (PSOL), integrante da Cedecondh.

A avaliação é a de que a concessionária de energia elétrica, que assumiu o serviço em julho de 2021, não vem prestando um serviço adequado, especialmente após as ocorrências de temporais como os do começo deste mês.

“Fica claro que temos estes problemas recorrentes de alguns anos. Mas a intensidade deles está sendo maior. Parece muito claro que os investimentos da empresa terão de ser bastante pesados para que a gente possa atender dignamente a população”, disse o vereador Mauro Zacher (PDT), presidente da Cefor.

A dona de casa Liane Antônia Souza Farias mora na Ilha Grande dos Marinheiros, e afirmou que, no local, há “muita dificuldade de atendimento”, o que foi agravado com a chegada da Equatorial para a prestação do serviço.

“Acho que não somos enxergados pelo poder público. Viemos para saber se a companhia tem algum projeto para a região das ilhas. Antes, as pessoas vinham falar com a gente, conheciam o local, desciam dos veículos, e agora nem isso”, afirmou ela. Representantes das ilhas do Pavão e da Pintada, além do Morro da Cruz, entre outros, também estiveram presentes.

Conforme os relatos, em alguns pontos da Capital, os moradores chegaram a ficar quatro dias sem energia elétrica, causando prejuízos. O assunto é objeto de debates também no Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), pois há problemas relatados também em outros locais do Estado.

Na última segunda-feira, os gestores da Equatorial estiveram na sede do MPRS em outra reunião com representantes de 25 regiões gaúchas, a fim de trazer soluções às demandas de abastecimento. A intenção é que haja uma mediação para solucionar extrajudicialmente estas situações.

O superintendente técnico da CEEE Equatorial, Júlio Hofer, reconheceu os problemas relatados na Câmara Municipal, e disse que a empresa “não está satisfeita com isso”. “Em março, tivemos dois eventos significativos, e o tempo de restabelecimento não ficou conforme nosso cliente merece. Temos que mostrar à comunidade as nossas dificuldades, mas também o que está sendo feito. É um desafio, e precisamos melhorar”, disse Hofer.

A CEEE Equatorial afirmou que realiza investimentos em sua área de concessão, e relata que já foram aplicados cerca de R$ 100 milhões na rede elétrica em 2021, e cerca de R$ 400 milhões estão previstos em ações como novas agências, digitalização e ampliação do call center, expansão e melhoria de rede, manutenção e combate às perdas de energia.


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