CPI da Covid aprova auditoria em "motociatas" de Bolsonaro e depoimento secreto de Witzel

CPI da Covid aprova auditoria em "motociatas" de Bolsonaro e depoimento secreto de Witzel

Sócio da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiniano não compareceu para depoimento

Correio do Povo

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A CPI da Covid, em nova sessão realizada nesta quarta-feira, aprovou o requerimento para que o Tribunal de Contas da União (TCU) faça uma auditoria nos gastos da União com as chamadas "motociatas" promovidas pelo presidente Jair Bolsonaro. Uma delas ocorreu em São Paulo e o chefe de Estado chegou a mencionar para 10 de julho um outro evento em Porto Alegre. O pedido foi aprovado por seis votos contra quatro. 

No requerimento, os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Rogério Carvalho (PT-SE) pedem que a Corte apure os gastos públicos relacionados ao deslocamento de todas as autoridades públicas federais às cidades do Rio e de São Paulo, assim como o que se gastou para a organização do evento. Os senadores ainda solicitam o "reconhecimento de ilegalidade" da despesa, com a consequente determinação de devolução aos cofres públicos.

Os senadores também aprovaram outro requerimento referente ao ex-governador do Rio Wilson Witzel. Eles aceitaram a realização de um depoimento secreto de Witzel. Na ocasião em que compareção ao Senado, o político declarou que tinha "fatos gravíssimos" sobre a intervenção do governo federal no combate à pandemia. 

Durante a sessão, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) informou que vai apresentar nesta quinta-feira requerimento para prorrogar os trabalhos do colegiado. Instalado em 27 de abril, o grupo tem prazo de 90 dias, com possibilidade de prorrogação. 

Já o relator, Renan Calheiros (MDB) afirmou que o presidente Bolsonaro “estava diretamente envolvido” na compra da vacina Covaxin. “Estávamos tratando essa investigação como mero caso de omissão. Mas precisamos evoluir para o patamar seguinte: foram ações deliberadas”.

Ausência de Maximiniano

O encontro de senadores hoje deveria contar com o depoimento do sócio da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiniano, mas ele não compareceu ao Senado. A Precisa é parceira no Brasil do laboratório Barath Biotech, empresa indiana responsável pelo imunizante, e a compra pelo Ministério da Saúde por preço superior ao das demais vacinas será investigada na esfera criminal. 

Por meio de sua defesa, Maximiano justificou a falta por uma viagem recente à Índia, o que o coloca em quarentena obrigatória de acordo com as regras da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O aviso em cima da hora irritou a cúpula da CPI, que chegou a cogitar pedir condução coercitiva do empresário ao ver seu cronograma prejudicado. 


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