Decisão de Aziz permite sessões semipresenciais para ouvir testemunhas em CPI

Decisão de Aziz permite sessões semipresenciais para ouvir testemunhas em CPI

Medida foi tomada após uma tentativa de aliados de Bolsonaro de exigir que os depoimentos sejam obrigatoriamente presenciais

AE

Presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz, decidiu que testemunhas poderão ser ouvidas no formato semipresencial

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O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM) decidiu que testemunhas poderão ser ouvidas no formato semipresencial. A decisão foi tomada após uma tentativa de aliados do presidente Jair Bolsonaro de exigir que os depoimentos sejam obrigatoriamente presenciais, o que poderia atrasar o andamento da investigação.

Os ex-ministros da Saúde do governo e o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, foram convocados para serem ouvidos na próxima semana.

Aliado do governo, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) apresentou uma questão de ordem alegando que testemunhas precisam ser ouvidas necessariamente em uma sessão presencial, em função da necessidade de proteger quem é ouvido e evitar que essas pessoas sejam coagidas externamente durante as audiências. Omar Aziz, porém, ressaltou que é possível realizar as audiências no formato semipresencial.

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), reclamou das novas investidas de governistas para tentar adiar a investigação. "Estamos diante de uma evidente obstrução. Essa CPI era para ter sido instalada em fevereiro. Os senhores não quiseram, nem o governo. Tivemos que conquistar a instalação no STF", disse. "Eu já conheci muitas tropas de choque, mas essa é a primeira que recorre ao STF numa questão já decidida".

A cúpula do colegiado elaborou um roteiro inicial de pedidos de informações e requerimentos que coloca Bolsonaro no foco inicial. Governistas pediram que todos os pedidos sejam analisados e que haja uma alternância entre testemunhas da oposição e de aliados do Planalto.

"Não vamos transformar a CPI em uma batalha eleitoral política", afirmou Renan, criticando a tropa de choque de Bolsonaro na CPI. "O senhor está com medo de aprovar os requerimentos de informação", rebateu Ciro Nogueira (PP-PI), aliado do presidente da República. "Acho que com medo está quem não quer que a comissão funcione", respondeu Renan, em uma tréplica.


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