Governo aguarda parecer de comissão para novas ações sobre venezuelanos

Governo aguarda parecer de comissão para novas ações sobre venezuelanos

Ministro Marun criticou pedidos para fechar a fronteira em Roraima

Agência Brasil

Ministro Marun criticou pedidos para fechar a fronteira em Roraima

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O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nesta segunda-feira que as autoridades federais aguardam o retorno da comissão interministerial que viajou a Roraima para tomar mais medidas no esforço de conter a tensão entre brasileiros e imigrantes venezuelanos na região. Após participar de reunião entre o presidente Michel Temer e representantes de diversas áreas, ele voltou a criticar os pedidos do governo de Roraima para limitar a entrada de venezuelanos em território brasileiro.

“O governo já investiu cerca de R$ 200 milhões nessa situação. Temos pontos de acolhimento, intensificamos as ações sociais, de segurança no estado. Todavia, esse conflito nos preocupa, como não poderia deixar de ser”, avaliou o ministro. Segundo Marun, o assunto é tratado como prioridade no Palácio do Planalto. De acordo com ele, novas reuniões podem ocorrer “a qualquer momento”.

Na reunião, durante a tarde no Planalto, foi anunciada a liberação da licença ambiental para o início das obras do Linhão de Tucuruí, que vai interligar o estado de Roraima com o sistema elétrico nacional. Neste fim de semana, cerca de 1,2 mil venezuelanos voltaram ao país após o ataque a abrigos dos imigrantes por brasileiros em Pacaraima, cidade fronteiriça.

Suspensão temporária

Na reunião, que contou com a presença de ministros e técnicos das áreas econômica e social, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), sugeriu ao presidente Temer como alternativa a suspensão temporária da autorização de entrada dos venezuelanos via fronteira brasileira no estado. "Roraima está sobrecarregado e não tem mais condições de acolher", opinou. “Não estamos fechando fronteira”, ressaltou Jucá. De acordo com o líder, Temer solicitou um “estudo técnico operacional” para avaliar a sugestão.

Para o ministro Marun, há “grandes dificuldades” em implementar essa solução, devido aos acordos internacionais assinados pelo Brasil e à tradição brasileira de acolher os refugiados. “Não é uma situação fácil para Roraima”. Questionado sobre o novo pedido da governadora de Roraima, Suely Campos (PP), de fechar temporariamente a fronteira para os venezuelanos, Marun disse que é preciso ter mais compreensão.

“Estamos vivendo um momento em que as questões assumem uma dramaticidade ainda maior. É um momento eleitoral, muitas vezes situações como essa são tentadoras no sentido de ter algum viés político, mas nós vamos seguir conduzindo essa questão com a atenção que ela merece em função da gravidade que tem, mas dentro da legalidade e da racionalidade”, afirmou Marun.

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