Líder do governo nega à CPI ter relação com compra da Covaxin

Líder do governo nega à CPI ter relação com compra da Covaxin

Ricardo Barros rebateu, nesta quinta-feira, acusação de que Bolsonaro o teria citado como responsável por contrato investigado

R7

Ricardo Barros rebateu, nesta quinta-feira, acusação de que Bolsonaro o teria citado como responsável por contrato investigado

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O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, afirmou nesta quinta-feira à CPI da Covid que não tem nenhuma relação com a compra da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde. 

O nome dele foi levado à comissão pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) que, juntamente com o irmão Luis Ricardo Miranda, chefe da Divisão de Importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, denunciou pressão por liberação e irregularidades no contrato da Covaxin. Luis Miranda disse ter levado o tema ao presidente Jair Bolsonaro, que teria respondido que a negociação era "coisa" do deputado Ricardo Barros, que é ex-ministro da Saúde. 

Nesta quinta, Barros rechaçou a possibilidade: "Nunca tratei de Covaxin, já afirmei isso várias vezes, em nenhum momento tratei de qualquer assunto relativo a Covaxin", afirmou.

Segundo o líder do governo, o último encontro mantido por ele com Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, empresa que celebrou o contrato da Covaxin com o governo como representante do laboratório indiano Bharat Biotech, foi quando ocupava o cargo de ministro - Barros exerceu a função entre 2016 e 2018. 

"Eu não tenho relação pessoal com o senhor Maximiano. Recebi-o no gabinete como ministro com a nossa equipe de compras. Está também nos registros aqui que ele alegou e eu também aleguei, que a última vez que nos encontramos foi quando eu era ministro", disse.

Maximiano é sócio também da Global Gestão em Saúde, empresa que manteve contratos com o ministério na gestão de Barros e que virou alvo do Ministério Público Federal (MPF). O ex-ministro virou réu na Justiça após a Promotoria apontar irregularidades no contrato que envolveu o pagamento antecipado de R$ 19,9 milhões à Global para compra de medicamentos que nunca foram entregues. Para o MPF, o desabastecimento dos remédios levou 14 pacientes à morte e prejudicou ainda outros pacientes.

O contrato da Precisa com o ministério para a compra da Covaxin, fechado na gestão de Eduardo Pazuello, foi o acordo com vacinas mais caras entre as negociadas pelo governo. O contrato de R$ 1,6 bilhão previa o preço de US$ 15 por dose. Após vários órgãos passarem a investigá-lo, o contrato foi suspenso pelo governo.

Bolsonaro

Na abertura de sua participação na CPI, Barros questinou a possível indicação de seu nome por Bolsonaro em relação ao contrato. Ele lembrou falas de Luis Miranda à CPI que indicam que o nome foi levado ao assunto pelo próprio deputado.

“O presidente Bolsonaro nunca afirmou que eu estava envolvido no caso Covaxin”, disse o líder do governo. “Em todas as narrativas do Luis Miranda ele repete a mesma coisa, eles mostraram minha foto ao presidente, no caso Global, e o presidente perguntou se eu estava envolvido no caso Covaxin”, defendeu.


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