Ministério da Saúde divulga protocolo que libera uso de cloroquina até para casos leves

Ministério da Saúde divulga protocolo que libera uso de cloroquina até para casos leves

Governo se apoia na liberação feita pelo Conselho Federal de Medicina e segue exigindo autorização do paciente

Correio do Povo

Cloroquina foi liberado para uso médico em três ocasiões

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O Ministério da Saúde (MS) revelou nesta quarta-feira o protocolo que permite ao SUS o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina com amplo alcance, inclusive para casos leves de Covid-19. Segundo comunicado divulgado pelo governo federal, a autorização da prescrição feita recentemente pelo Conselho Federal de Medicina permite o uso do medicamento “em condições excepcionais para o tratamento” da doença. Mesmo com a liberação pelo MS, o paciente terá que assinar um documento demonstrando que está ciente dos riscos que pode correr. Inclusive, de morte.

O presidente Jair Bolsonaro sempre foi um incentivador do medicamento, inclusive orientando o Exército a aumentar consideravelmente a produção, já que é o laboratório da instituição é detém o registro do remédio, usado tradicionalmente para tratar a malária, artrite reumatoide e lúpus. A intenção do chefe do Executivo em usar a Cloroquina em ampla escala foi motivo de desavenças com os ex-ministros da Saúde Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta. Os ministros que eram médicos seguiam a orientação que entidades da saúde e de uma série de estudos publicados por todo o planeta que apontam que ela não tem eficácia e segurança cientificamente comprovadas.

O documento que o paciente ou o responsável terá que assinar para fazer uso do medicamento traz como será realizado o procedimento, os benefícios e os riscos. O texto presente no termo obrigatório destaca ainda que “investigadores chineses demostraram a capacidade dessas drogas de inibir a replicação do coronavírus em laboratório (in vitro)” e um “estudo francês mostrou que a eliminação do coronavírus da garganta de portadores”, mas complementa com um alerta. “Entretanto, não há, até o momento, estudos demonstrando melhora clínica dos pacientes com Covid-19 quando tratados com hidroxicloroquina”.

Na parte que trata os efeitos colaterais que o medicamento pode causar são citados a “redução dos glóbulos brancos, disfunção do fígado, disfunção cardíaca e arritmias, e alterações visuais com danos na retina”. E que “que não existe garantia de resultados positivos, e que o medicamento proposto pode inclusive agravar minha condição clínica, pois não há estudos demonstrando benefícios clínicos”.


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