Mourão: rejeição do voto impresso baixa tensão entre STF e Bolsonaro

Mourão: rejeição do voto impresso baixa tensão entre STF e Bolsonaro

Em meio à escalada na crise institucional, vice defendeu estratégia do presidente da Câmara, Arthur Lira, de levar tema a plenário

R7

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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou na manhã desta segunda-feira (9) a jornalistas em Brasília que a rejeição do voto impresso no Congresso, admitida por Jair Bolsonaro também hoje, vai baixar a tensão entre o presidente e o STF (Supremo Tribunal Federal). "A partir daí não tem mais o que fazer, está definido pelo Legislativo, pronto, cumpra-se", afirmou o general da reserva do Exército.

Mourão considerou positiva a decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciada na última sexta-feira (6), de levar ao plenário a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que trata do tema. A estratégia ocorre em meio à escalada da crise institucional entre os Poderes Executivo e Judiciário.

"Acho que foi uma boa ação do presidente Lira porque aí coloca para o conjunto da Câmara dos Deputados definir essa questão. Tenho dito a vocês que isso é um assunto do Legislativo", disse. A medida foi rejeitada na última quinta-feira (5) por uma comissão especial da Câmara. O parecer foi derrotado por 23 votos a 11. 

Na entrevista de hoje, Bolsonaro afirmou que o projeto, uma de suas principais bandeiras no mandato, será voto vencido no plenário da Câmara. O chefe do executivo federal foi questionado por um repórter da rádio Brado de Salvador (BA sobre a chance de o tema passar no Congresso. 

Antes de Bolsonaro responder, o ministro da Cidadania, João Roma (DEM), comentou que Lira levaria a PEC para ser apreciada no plenário. O presidente confirmou, mas descartou qualquer chance de sucesso. "Vai, mas, tivemos uma negociação antes, um acordo, e vai ser derrotada a proposta", afirmou Bolsonaro.

Entenda

A proposta do voto impresso, derrotada por ampla maioria em uma comissão da Câmara, ganhou sobrevida e vai ser votada pelo plenário. O projeto precisa ser aprovado em tempo recorde para que possa valer nas próximas eleições.

Durante a semana, os ânimos ficaram acirrados entre o presidente Jair Bolsonaro e os ministros do STF sobre esse assunto. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, usou as redes sociais para destacar a importância da separação dos poderes.

Bolsonaro culpa o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, de "apavorar" os líderes de partido para derrubar a proposta de acoplar impressoras nas urnas eletrônicas. "Tem parlamentar que deve alguma coisa na Justiça, deve no Supremo. Então, o Barroso apavorou. Ele foi para dentro do Parlamento praticamente exigindo que o Congresso não aprovasse o voto impresso."

Na entrevista à radio baiana, Bolsonaro fez denúncias sobre supostas fraudes nas eleições de 2018, sempre dizendo em seguida que não poderia prová-las ou quer eram apenas suposições.


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