"Todos os ministros têm que estar afinados comigo", diz Bolsonaro

"Todos os ministros têm que estar afinados comigo", diz Bolsonaro

Presidente voltou a defender o uso da cloroquina para pacientes da Covid-19 que pertençam ao grupo de risco da doença

R7

Presidente também disse que houve golpe nos pedidos de auxílio emergencial

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã desta quarta-feira que os ministros são suas indicações e que, por isso, é preciso ter um discurso alinhado. Ele fez a declaração ao ser questionado por jornalistas sobre o posicionamento do ministro da Saúde, Nelson Teich, sobre o uso da cloroquina em pacientes da Covid-19. "Todos os ministros têm que estar afinados comigo. Todos os ministros são indicações políticas minhas e quando eu converso com os ministros eu quero eficácia na ponta. Nesse caso, não é gostar ou não do ministro Teich, é o que está acontecendo", afirmou a jornalistas em frente ao Palácio do Planalto. 

O presidente também defendeu a medicação para todos do grupo de risco da doença- idosos, imunossuprimidos e pessoas com doenças crônicas.  "O meu entendimento, ouvindo médicos, é que ela deve ser usada desde o início por aqueles que integram o grupo de risco", disse Bolsonaro. 

Na terça-feira, Teich publicou no Twitter que a prescrição de cloroquina deve ser feita com base em uma avaliação médica. "Um alerta importante: a cloroquina é um medicamento com efeitos colaterais. Então, qualquer prescrição deve ser feita com base em avaliação médica. O paciente deve entender os riscos e assinar o “Termo de Consentimento” antes de iniciar o uso da cloroquina", escreveu.

"Muita gente deu o golpe nos pedidos de auxílio emergencial"

O presidente afirmou também que "muita gente deu o golpe" nos pedidos do auxílio emergencial, cujas parcelas são de R$ 600. "São 7 milhões em análise. É muita gente que deu o golpe. Tem gente que usou o protocolo de filho duas vezes", explicou a um apoiador que perguntou sobre os pedidos ainda em análise. Em seguida, sugeriu que o Brasil comemorasse os pagamentos já feitos do benefício. "Agora, ninguém fala dos 40 milhões que receberam", disse.

Bolsonaro comentou ainda que "não há falha nossa" no pagamento dos benefícios ainda em análise e deu uma espécie de passo a passo para concluir a solicitação do benefício. "Tem erro também do próprio interessado. (...) Entrou, é um programa, com inteligência artificial, e vai para um campo e é manualmente. O pessoal da Caixa está trabalhando de segunda a sábado porque é caso a caso. São 7 milhões", explicou.

Para finalizar o assunto, Bolsonaro disse que não pode pagar os benefícios em análise porque pode ser alvo de ações judiciais e até ir para a prisão. "Eu não posso mandar pagar porque eu vou cometer algum tipo de crime. Aí, não é nem quanto ao mandato, aí eu vou para a cadeia. São 40 milhões os que receberam, vamos falar deles. O restante está na malha fina, eu lamento", encerrou.


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