Correio Rural Debates: Agro brasileiro consolida posição mundial

Correio Rural Debates: Agro brasileiro consolida posição mundial

Participantes destacam resultados recentes do país e apontam boas perspectivas para o futuro

Correio do Povo

Debate foi apresentado pelo jornalista Sandro Fávero

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O desempenho brasileiro durante 2020 confirmou e consolidou a posição que o país ocupa no cenário internacional do agronegócio e aponta para mais crescimento no futuro, segundo os participantes do primeiro encontro virtual da nova série do Correio Rural Debates, que discutiu o tema “O Brasil no Mercado Mundial”, ontem, sob a coordenação do jornalista Sandro Fávero, com transmissão pela Rádio Guaíba e redes sociais do Correio do Povo

Citando os temores de desabastecimento provocados pelo início da pandemia da Covid-19 no verão do ano passado, o economista-chefe do Sistema Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul) e diretor de Estudos Avançados e Inovação do Senar-RS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Antonio da Luz, lembrou que o agronegócio não deixou faltar comida no Brasil e abasteceu muitos outros países. “Se o mundo não pode viver sem a indústria chinesa, sem a ciência dos Estados Unidos, Alemanha e Israel, também não pode viver sem o alimento que o Brasil põe na mesa de 1,6 bilhão de pessoas”, complementou. 

O presidente da Cotrijal, Nei César Manica, destacou os avanços da agropecuária nacional e sustentou que, diante do potencial que o país tem de ser propulsor da produção mundial de alimentos, é atacado por ONGs e pela imprensa mundial que, segundo ele, “tentam denegrir a imagem da produção brasileira”.

Na sequência, o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro), Paulo Pires, emendou que não se deve criar impedimentos para um setor que está muito bem. “Não podemos debitar para ele (o agronegócio) a incompetência ou falta de dinamismo de outros setores”, ressaltou. Para Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), muitos concorrentes têm medo dos avanços brasileiros, “mas precisam e querem continuar a fazer parcerias”.

Os participantes também analisaram as mudanças que o novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pode provocar nas relações comerciais mundiais. Da Luz acredita que a possível redução de subsídios diretos aos agricultores norte-americanos será benéfica aos brasileiros, mas considerou discursos “pobres e tristes” os que levam a questão ambiental para a esfera dos negócios. Santin entende que Biden pode dar uma virada em direção ao multilateralismo. Acredita, no entanto, que os Estados Unidos não vão recuar das disputas com a China, o que pode seguir sendo bom para o Brasil. 

Os quatro participantes reiteraram que a produção agropecuária é sustentável. “Temos que falar mais nisso e falar a verdade com base em dados”, propôs Santin. Ao final, Manica manifestou a convicção de que o agronegócio brasileiro se encaminha para mais um recorde de exportações neste ano. “Temos a base, que é o solo, tecnologia, genética, variedades e equipamentos”, enumerou, como fatores que se integram à disposição do produtor de investir e qualificar sua atividade.


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