Embarques de soja recuaram, mas os de arroz cresceram no ano passado

Embarques de soja recuaram, mas os de arroz cresceram no ano passado

Uma cultura sofreu com a estiagem enquanto a outra colheu o esperado

Cíntia Marchi

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O Porto de Rio Grande movimentou 38,09 milhões de toneladas em 2020. O volume embarcado foi 7,78% menor do que o do ano anterior (41,3 milhões de toneladas), consequência da estiagem que reduziu a oferta de grãos no Estado. Segundo dados divulgados pela Superintendência dos Portos do Rio Grande do Sul (Portos RS), o escoamento da soja em grão, carro-chefe da pauta exportadora, caiu 28,98%. No ano passado, passaram pelo complexo portuário 9,56 milhões de toneladas da oleaginosa, enquanto que em 2019 foram 13,46 milhões de toneladas.
Embora em menor volume, a soja contribuiu para junho ter sido o melhor mês da história do porto, quando foram escoados 4,4 milhões toneladas de mercadorias, renovando o recorde batido em setembro de 2018 (4,34 milhões de toneladas). Outro destaque do ano passado foi o volume de arroz embarcado. De janeiro a dezembro, 2,41 milhões de toneladas do grão foram movimentadas, 21,74% a mais do que no ano anterior. 
O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz), Alexandre Velho, afirma que as perspectivas continuam boas para 2021. Além de a taxa cambial estar favorecendo as exportações, lembra que entrará em operação o terminal logístico de arroz modernizado no porto. “O terminal vai facilitar e agilizar muito o escoamento do grão gaúcho”, estima.
O coordenador da Comissão de Infraestrutura e Logística da Federação da Agricultura (Farsul), Fábio Avancini Rodrigues, também entende que o cenário é favorável, principalmente pelas recentes melhorias da infraestrutura portuária. Apesar de ainda haver incerteza sobre o tamanho da safra gaúcha de grãos neste ciclo, observa que o atual calado do porto, após as obras de dragagem, abre interessantes oportunidades para as rotas internacionais e permite que os navios trafeguem com cargas mais adequadas. “Um navio graneleiro podendo sair do porto com carga plena reflete em melhor eficiência portuária e ganhos também para o produtor rural”, diz. “Ao mesmo tempo, a chegada dos navios com insumos, podendo operar com cargas plenas, tende a reduzir o frete para o produtor”, apontou.
A China foi o principal disparado das exportações gaúchas em 2020. De todo o volume escoado, 52,77% foram transportados para o país asiático. Na sequência, aparecem os Estados Unidos (respondendo por 4,04% dos embarques), Coreia do Sul (3,82%) e Espanha (3,20%).


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