Embrapa detecta casos de ferrugem do trigo no Rio Grande do Sul

Embrapa detecta casos de ferrugem do trigo no Rio Grande do Sul

Nota técnica alerta o produtor para a necessidade de observar sua lavoura e, se for o caso, protegê-la com aplicação imediata de fungicida

Taís Teixeira

Doença é percebida pelos pontos amarelos em sequência nas folhas da planta

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A Embrapa Trigo, de Passo Fundo, emitiu uma nota técnica avisando os produtores que foi detectada a ocorrência significativa de ferrugem linear em lavouras comerciais de trigo, o que pode comprometer a colheita deste ano. Diferentes cultivares doentes foram identificadas em Passo Fundo, Ijuí, Cruz Alta e outros municípios do Noroeste, fato incomum em anos anteriores.

A fitopatologista da Embrapa Trigo, Cheila Sbalcheiro, diz que a preocupação deve-se às características da doença, que é agressiva, e à falta de cultivares resistentes a ela no Estado. “Sempre foi uma doença que aparecia num ano, principalmente os muito frios, e ficava cinco anos sem nova ocorrência”, recorda. Característica de regiões mais frias, a patologia é percebida pelos pontos amarelos em sequência, como se formassem linhas ao longo da folha, visíveis a olho nu.

A nota diz que a doença é esporádica no Brasil e endêmica no Chile. Há registros de epidemias na Argentina. A mais prejudicial dos anos recentes ocorreu em 2017, provocando perdas de 53% a 71% nas áreas onde não foi feito controle químico.

A constatação, nos últimos anos, da presença da ferrugem linear do trigo em regiões mais quentes faz com que os pesquisadores admitam a possibilidade o fungo Puccinia striiformis f. sp. tritici, causador da doença, ter passado por mutações e aumentado sua capacidade de infestação. Cheila orienta o produtor que constatar a presença de ferrugem linear amarela a aplicar fungicida imediatamente. “Se a ação for rápida, pode ser controlada”, destaca.


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