Rio Grande do Sul terá maior safra da história

Rio Grande do Sul terá maior safra da história

Estado vai colher 30,8 milhões de toneladas, que vão gerar valor bruto de R$ 29 bilhões

Correio do Povo

Rio Grande do Sul terá maior safra da história

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O que já era visível nas lavouras do Rio Grande do Sul foi confirmado pela Emater: o Estado deve colher a maior safra de verão da história, conforme estimativa divulgada nessa terça-feira, na Expodireto, em Não-Me-Toque. O Estado está próximo de produzir 30,86 milhões de toneladas de grãos. Tal volume vai gerar um Valor Bruto de Produção de R$ 29 bilhões, sendo R$ 18,1 bilhões da cultura da soja.

A oleaginosa, mais uma vez, destaca-se entre as demais culturas. Conforme o levantamento, está a caminho de um novo recorde, a marca de 16,8 milhões de toneladas, com acréscimo de 3,4% sobre o volume do ano passado. Sua colheita está no início e chegou nesta semana a 8% da área plantada. O desempenho da soja supera em um milhão de toneladas o volume previsto para esta safra em agosto do ano passado, quando a Emater fez a primeira projeção para o ciclo 2016/2017 ainda sob um clima de apreensão com a possibilidade de ocorrência do La Niña, fenômeno climático que poderia reduzir a quantidade de chuva e que não se confirmou.

Para o agrônomo Alencar Rugeri, da Emater, a perspectiva deste final de safra se deve à capitalização do produtor, que pôde fazer o investimento necessário na lavoura; às condições ambientais favoráveis; e à baixa incidência de pragas e doenças. Para a colheita, Rugeri recomenda a verificação da regulagem e atenção à velocidade da máquina.

O pequeno crescimento no tamanho da área da soja (0,64%) é um indicativo de que o grande desafio para manter o volume da colheita em alta nas próximas safras será a produtividade. O agrônomo reconheceu que a cultura talvez tenha chegado ao seu limite territorial. “Temos que produzir bem em cima dessas áreas”, afirmou, referindo-se aos campos já cultivados com o grão. Conforme Rugeri, algumas das primeiras lavouras já colhidas, na Região Norte, apresentaram desempenho superior a 80 sacas por hectare.

A produção de milho também se aproxima de bons resultados e deve aumentar 17,2%, chegando a 5,5 milhões de toneladas. Depois de mais de dez anos consecutivos de redução, a área cultivada com o cereal se expandiu 10,3%, totalizando 816 mil hectares, em razão da valorização do preço do grão. A produtividade, de 6,7 toneladas por hectare, é a maior já prevista no Estado.

Segundo o presidente da Emater, Clair Kuhn, o desafio de aumentar a lavoura deve permanecer. “Temos que trabalhar para que o milho tenha uma política pública de garantia para o produtor poder plantar e ter preço”, defendeu, ao lembrar que o grão agrega muito valor à propriedade e, apesar disso, ainda é importado pela agroindústria consumidora. O desempenho do arroz (alta de 12,7%) e feijão 1ª safra (19,3%) também foi positivo, segundo o levantamento.

Para o secretário estadual do Desenvolvimento Rural, Tarcísio Minetto, a queda no preço da soja não deve impactar no volume de recursos injetados na economia. “O ganho de produtividade vai trazer um equilíbrio”, calculou.

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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895