Laranja retoma crescimento no Rio Grande do Sul
Após altos e baixos, erva-mate tem saldo positivo nas últimas duas décadas
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O produtor Jocemar Marta, do distrito de Pinhalzinho, possui uma área plantada de 25 hectares de laranja. “Minha família está muito contente com a atual produção e produtividade, além do lucro que obtivemos nesta atividade”, diz. A maior parte da produção de laranja é transformada em suco para exportação, na Indústria de Sucos Alto Uruguai (Isau). A outra parte é comercializada in natura. A área dedicada ao cultivo no Rio Grande do Sul já foi maior, mas após uma queda registrada na década passada, voltou a aumentar, conforme o Censo Agropecuário 2017, o que deu novo impulso à produção, que chegou a 234,5 mil toneladas, segundo o IBGE.
Erva-mate
Estreitamente ligada à tradição gaúcha, a cultura da erva-mate viveu altos e baixos em períodos recentes, mas o saldo das últimas duas décadas é positivo. A produção passou de 80,9 mil toneladas em 1995 para 144,6 mil em 2017. Segundo o coordenador técnico da Câmara Setorial da Erva-Mate, Tiago Antonio Fick, a informação estatística de produção e área tem desafiado o setor pela falta de “sistemas confiáveis para elaboração de números da cadeia”. O entendimento é de que houve um aumento de área cultivada.
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Com relação à produção, no entanto, Fick aponta que os números podem estar subestimando o volume colhido, já que, em 2017, somente 26 empresas que contribuem com o Fundomate (a adesão não é obrigatória) beneficiaram um total de 58,6 mil toneladas de erva-mate. Ao todo, o setor calcula que cerca de 250 indústrias estão no ramo. O cadastro do setor ervateiro, em andamento, é uma tentativa de organizar estes números.
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Sobre o momento do setor, Fick aponta que a cultura ganha força em regiões como o Vale do Taquari e é impulsionada pelo surgimento de novos produtos, mas sente os efeitos do avanço da lavoura de grãos. “O setor vem enfrentando uma nova perda de áreas, substituídas por cultivos anuais, especialmente o da soja, de modo mais acentuado no Noroeste e Missões”, observa.