Plantio do trigo está no fim e mantém boa perspectiva

Plantio do trigo está no fim e mantém boa perspectiva

Frio desta época não prejudica a cultura, mas estágio das lavouras é diferente em cada de região sem alterar a expectativa de colheita cheia

Nereida Vergara

Lavoura em desenvolvimento vegetativo na região de Frederico Westphalen

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Apesar do frio intenso e da baixa incidência de chuva, o clima segue ajudando a cultura do trigo no Rio Grande do Sul. Segundo o chefe do escritório regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, José Vanderlei Waschburger, as plantas se desenvolvem em ritmo normal e persiste a projeção de uma safra excelente, com produtividades acima dos 3 mil quilos por hectare. A regional de Santa Rosa abrange 45 municípios, com cerca de 6 mil produtores que plantaram trigo neste ano em 267 mil hectares, em torno de 25% da área total estimada para o trigo no Estado, de 1,1 milhão de hectares.

Waschburger explica que as geadas dos últimos dias não afetam o trigo na fase atual. “Ao contrário, o frio neste momento ajuda a cultura e evita o aparecimento de doenças”, diz.

O diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri, afirma que quase 100% da área prevista para o grão já foi semeada, faltando uma quantidade insignificante de plantios que não obedecem o zoneamento climático. Rugeri garante que as perspectivas para o trigo seguem sendo de excelente produção e que o desenvolvimento das lavouras pode eventualmente estar mais lento, mas isto é característica da estação. “Geadas  podem despertar preocupação se ocorrerem daqui a um mês”, complementa.

Na avaliação da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro), mais que o frio, a falta de chuva está provocando o atraso no desenvolvimento das lavouras. O presidente da federação, Paulo Pires, aponta que a situação da cultura é de grande amplitude neste ano, uma vez que a semeadura atrasou nas regiões mais quentes. “Temos trigo que já foi passado na uréia, trigo com desenvolvimento bem adiantado e trigo que recém está germinando”, descreve. Pires concorda que a estimativa para a produção segue na casa de 3,3 milhões de toneladas e “com preços muito bons”.

Na última semana, conforme as Cotações Agropecuárias da Emater, a saca de 60 quilos do trigo foi cotada em R$ 78,77. O valor é muito superior ao de um ano atrás, de R$ 57,75, e da média histórica da cultura entre 2016 e 2020, de R$ 45,24.


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