Relações de troca estão mais favoráveis neste ano

Relações de troca estão mais favoráveis neste ano

Cálculo do volume de grãos necessário para pagar os insumos do cultivo de um hectare caiu graças à elevação do preço das commodities agrícolas

Correio do Povo

A cultura de milho foi uma das mais afetadas no Rio Grande do Sul pela seca do verão

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Boa parte dos produtores gaúchos já comprou os insumos para a implantação das lavouras de grãos da safra 2020/2021, travando preços em contratos de troca nos meses que antecederam maio. Depois disso, as cotações das commodities deram um salto. Hoje, os agricultores que buscam estas operações estão mais favorecidos na relação de troca de grãos da safra futura pelos insumos para o plantio.

O presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul, Roges Pagnusat, afirma que para comprar uma tonelada de adubo na safra passada, o produtor precisava empenhar 1,1 tonelada de soja. “Nos contratos que estamos firmando agora, menos de uma tonelada de soja compra mais de uma tonelada de adubo”, calcula.

Pagnusat estima que, até o momento, as cerealistas já fecharam contratos de troca com 20% de seus clientes na área de soja e 5% na de milho. Os contratos de soja foram travados com preços pela saca de 60 quilos entre R$ 90 e R$ 110, bem acima dos praticados no ano passado, na faixa entre R$ 70 e R$ 80. No início de setembro, o presidente da Aprosoja, Décio Teixeira, relatou que, em média, os produtores estão empenhando cerca de sete sacos a menos por hectare para fazer o plantio.

ARROZ E MILHO - Na lavoura do arroz, a situação é diferente. Segundo o presidente da Federarroz, Alexandre Velho, somente os produtores que ainda têm o grão na mão estão se beneficiando do preço excepcional que a saca atingiu, de até R$ 100 na semana passada. “A prática dos contratos de barter não é comum na orizicultura”, ressalta. “Além disso, como a lavoura exige bastante planejamento, a maior parte dos produtores comprou seus insumos quando a saca estava entre R$ 50 e R$ 60”, observa Velho.

O presidente da Associação dos Produtores de Milho do Rio Grande do Sul (Apromilho), Ricardo Meneghetti, diz que entre os produtores do cereal não há o sentimento de ganho em relação ao ano passado. Meneghetti estima que estão sendo empenhados de 70 a 75 sacos de milho para plantar um hectare, em torno de 10 sacos a mais que na safra 2019/2020. O desembolso ficou maior, esclarece o dirigente, pela dificuldade de obter fertilizantes e pelo alto preço do frete para as regiões produtoras


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