Bolsonaro avalia rescindir ata diplomática sobre Itaipu que causou abalos no Paraguai

Bolsonaro avalia rescindir ata diplomática sobre Itaipu que causou abalos no Paraguai

Governo paraguaio teve crise política e teve afastamento de quatro funcionários

Estadão Conteúdo

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O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse nesta quarta-feira que o presidente Jair Bolsonaro avalia rescindir a ata diplomática assinada por autoridades do Brasil e do Paraguai com mudanças sobre a contratação da potência da Usina de Itaipu. A revelação dos termos do documento, assinado em maio, em Brasília, gerou uma crise política no Paraguai. O presidente Mario Abdo Benítez ficou à beira de pedido de impeachment e teve que afastar quatro funcionários.

"O Brasil está aberto à discussão dos termos do acordo visando benefícios de ambos os países. O presidente Jair Bolsonaro comentou, há pouco, a sua intenção de estar aberto a essa discussão, inclusive em uma eventual renúncia do acordo (termo que significa rescindir na linguagem diplomática e jurídica)", disse o porta-voz.

De acordo com Rêgo Barros, para que uma eventual rescisão aconteça os paraguaios precisam estar dispostos a "dialogar profundamente" para que o Brasil tenha a possibilidade de "ajudar aquele país amigo sem prejudicar a nossa sociedade". Mais cedo, Bolsonaro demonstrou preocupação com a situação do presidente do Paraguai, que é seu aliado e amigo pessoal. Ele comentou que "lá no Paraguai é muito rápido o processo de impeachment".

Em coletiva de imprensa, Bolsonaro também disse que o governo brasileiro está "resolvendo" a rusga gerada pelas tratativas fechadas com o Paraguai sobre a contratação da potência da Usina de Itaipu. "Estamos dispostos a fazer justiça nesta questão de Itaipu Binacional que lá é importantíssimo para o Paraguai e muito importante para nós também", disse, sem dar mais detalhes do que pretende fazer.

Questionado por jornalistas se o Brasil vai ceder em relação ao acordo para ajudar Abdo Benítez, Bolsonaro negou. "Não é questão de ceder. Qual o acordo lá atrás, não é meio a meio? A princípio é por ai. Algumas pequenas derivações, a gente acerta aí", declarou após cerimônia no Palácio do Planalto.


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