Abelhas de 200 colmeias são encontradas mortas em São José das Missões

Abelhas de 200 colmeias são encontradas mortas em São José das Missões

A possível causa foi a contaminação por aplicação inadequada de inseticida nas lavouras

Agostinho Piovesan

Morreram aproximadamente 12 milhões de abelhas

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Tendo como possível causa a contaminação por aplicação inadequada de inseticida nas lavouras, abelhas de 200 colmeias de seis criadores de São José das Missões, no Norte do Estado, foram encontradas mortas nos últimos dias. A mortandade ocorreu na localidade de Linha Progresso, distante 6 km da cidade.



Segundo o agrônomo da Emater Mairo Piovesan, calcula-se que morreram aproximadamente 12 milhões de abelhas, levando em conta que em cada colmeia vivem 60 mil insetos. “A provável causa da morte foi a utilização de inseticida à base de Fipronil para o controle do tamanduá-da-soja. “O uso do inseticida à base de Fipronil é autorizado na cultura da soja, porém a sua utilização conjunta no mesmo tanque de pulverização com Glifosato na dessecação das plantas daninhas da soja atingiu plantas de Nabo Forrageiro, em que se encontravam as abelhas.”

Piovesan informou que a aplicação teria acontecido numa lavoura distante 3 km das colmeias. “Como as abelhas circulam num diâmetro de 6 km, elas acabaram chegando às flores do nabo forrageiro e se contaminado, depois, ao retornarem às colmeias, infectando toda a sociedade de abelhas, ou seja, nas caixas em que vivem e produzem o mel.” 

A Patrulha Ambiental da Brigada Militar de Frederico Westphalen esteve no local e fez levantamento da situação. O caso também foi registrado Delegacia de Polícia de Palmeira das Missões. O prejuízo está sendo calculado e um relatório será juntado à investigação. Cada colmeia produz aproximadamente 40 quilos de mel por ano.

A Emater informou, ainda, que está auxiliando os apicultores e orientando os trabalhadores a não consumirem nem comercializarem o mel estocado nas caixas. “Além disso, sempre orientamos os produtores de grãos a seguirem orientações técnicas para evitar a contaminação e morte de abelhas e outros animais pelo uso inadequado de agrotóxicos”, observa Piovesan. 

Correio do Povo
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