Câmara aceita denúncias e instala Comissão Processante para apurar irregularidades em Cachoeirinha

Câmara aceita denúncias e instala Comissão Processante para apurar irregularidades em Cachoeirinha

Gestão do prefeito Miki Breier e do vice-prefeito Maurício Medeiros é investigada na cidade

Fernanda Bassôa

Legislativo de Cachoeirinha instalou Comissão Processante com 16 votos a favor

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Com 16 votos a favor, o Legislativo de Cachoeirinha instalou na sessão ordinária dessa terça-feira a Comissão Processante (CP), para apurar sete denúncias – duas delas mais recentes - que envolvem a gestão do prefeito Miki Breier e o vice-prefeito, Maurício Medeiros.

Durante a sessão, que teve pauta reduzida, fez-se a leitura completa da denúncia composta por 38 páginas. Entre as supostas irregularidades estão aquelas investigadas na Operação Proximidade – deflagrada pelo Ministério Público (MP) –, as mortes contabilizadas no Hospital de Campanha montado para atender infectados pela Covid-19, além de supostas indenizações exorbitantes que teriam sido recebidas pelos gestores (prefeito e vice). 

A investigação também apura supostas irregularidades na compra de respiradores para prevenção do novo coronavírus, desvio de verba pública, sobrepreço na contratação da empresa terceirizada que prestava serviços de limpeza urbana no município e sobrepreço na contratação de empresa responsável pela iluminação pública.

De acordo com o documento recebido pelos parlamentares “os denunciados teriam cometido infração político-administrativa, negligenciado o trato com a coisa pública, causando prejuízos ao erário público, e, acima de tudo, a sociedade de Cachoeirinha. Por sua vez, se constatada a procedência da denúncia, os gestores devem sofrer as sanções cabíveis.” Parte dos parlamentares ainda lembrou que algumas das denúncias são alvos de investigações do Tribunal de Contas e também da Polícia Federal. Esta última, por se tratar de recursos provenientes do Ministério da Saúde.

Compõem a Comissão Processante os vereadores Jordan Protetor (Presidente), Cristian Wasem (Relator) e Paulinho da Farmácia (Membro). Os trabalhos devem durar no máximo 90 dias. Um relatório final será elaborado e votado em Plenário, pedindo a cassação ou não do prefeito e vice. Caso seja votado pela cassação dos gestores (dois terços dos vereadores), o afastamento dos cargos deve acontecer imediatamente.

O outro lado 

O prefeito Miki Breier se manifestou em nota. “Ser gestor público é estar exposto a cobranças e tomar decisões difíceis o tempo todo. Decidimos fazer o que é certo: pedimos aos vereadores da base que aceitassem a abertura do processo de impeachment na Câmara. Por mais absurdas que sejam as denúncias, não temos nada a esconder. Vamos esclarecer os questionamentos com verdade e acabar com as fake news que circulam pela cidade. Enfrentamos essa perseguição em 2019 e, agora em 2021, seguiremos de peito aberto e confiança na justiça. Esperamos, apenas, o mínimo de correção e seriedade no procedimento. É lamentável que, em meio ao difícil trabalho de combate à pandemia, o clima de ameaça política paire por Cachoeirinha o tempo todo. Mas, não vamos nos intimidar. O trabalho segue e as mudanças seguem, com verdade e fé.”


Correio do Povo
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