Chuvas leves não alteram quadro de desabastecimento na região do Médio Uruguai

Chuvas leves não alteram quadro de desabastecimento na região do Médio Uruguai

Dezesseis municípios já decretaram situação de emergência

Agostinho Piovesan

Moradores do interior de Frederico Westphalen são abastecidos com carros-pipa

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As chuvas esparsas registradas nesta segunda-feira, na microrregião do Médio Uruguai que abrange 42 municípios, variam de 2 a 5 milímetros apenas. As precipitações em nada alteram o quadro de escassez de água enfrentada por moradores de distritos e vilas no interior dos municípios. Caixas de água de uso comunitários são abastecidas por carros pipa das prefeituras.

O coordenador da Regional da Defesa Civil de Frederico Westphalen, major Alexandre Moreira Pereira, informou que até agora 16 municípios decretaram situação de emergência, diante dos problemas de abastecimento e, também, em decorrência das perdas elevadas registradas no setor agrícola. “A falta de água para consumo humano é muito preocupante e as prefeituras utilizam carros-pipa para transportar água até localidades do interior, já que muitas fontes naturais secaram e até poços artesianos reduziram sua vazão”, disse.

Os municípios que decretaram situação de emergência são: Frederico Westphalen, Tenente Portela, Palmitinho, Alpestre, Caiçara, Iraí, Boa Vista das Missões, Planalto, Nonoai, Novo Tiradentes, Seberi, Pinhal, Jaboticaba, Lajeado do Bugre, Cerro Grande e Caiçara.

Na região foram registrados, em média, 90 milímetros em setembro, 41 milímetros em outubro e 10 nos primeiros dias deste mês. As precipitações são insuficientes para recuperar os lenções freáticos. O nível da água de rios e fontes é considerado crítico.

As perdas na agricultura e demais setores da atividade primária devem impactar na arrecadação de impostos pelos municípios. O presidente da Associação dos Municípios da Zona da produção (Amzop), prefeito de Rodeio Bonito, José Arno Ferrari, disse que a estiagem, além dos problemas de falta de água e perdas nas lavouras, determinará uma redução na renda dos produtores e redução de retornos de impostos para os municípios no próximo ano. “São inúmeras perdas que, infelizmente, mais essa estiagem causa, uma delas a menor circulação de dinheiro nas cidades, pois na região a maioria dos municípios tem sua base econômica no setor primário”, observa.

A estiagem causa perdas, ainda, nas plantações de feijão, fumo e no setor da citricultura. Lideranças do setor primário destacam que a falta de umidade se agrava ainda mais pelo frio registrado durante a noite e sol escaldante durante as tardes.


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