Cidades do Sul do RS ainda buscam recursos para amenizar perdas com estiagem

Cidades do Sul do RS ainda buscam recursos para amenizar perdas com estiagem

Chuva do último sábado não foi o suficiente para resolver problemas ocasionados pela seca nos municípios

Angélica Silveira

São Lourenço do Sul está em situação de emergência homologada pelo Estado devido à estiagem

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Mesmo com a chuva do sábado, que resultou em transtornos pontuais em alguns municípios da região Sul, a maioria das cidades segue se mobilizando em busca de recursos para amenizar as perdas da estiagem que começou em setembro do ano passado. "A situação permanece inalterada. As chuvas foram muito importantes, mas não resolvem o déficit”, disse o coordenador regional de Proteção e Defesa Civil, tenente-coronel Márcio André Faccin. Segundo ele, os decretos de situação de emergência de Arroio do Padre, Arroio Grande, Herval, Pedras Altas, Pinheiro Machado e São José do Norte foram homologados pelo governo do Estado e reconhecidos pela União.

Já os encaminhados por Canguçu, Cerrito, Morro Redondo, Piratini, São Lourenço do Sul e Turuçu foram reconhecidos pelo governo do Estado e seguem em análise pela União. Já os decretos de Capão do Leão, Chuvisca, Dom Feliciano, Encruzilhada do Sul, Jaguarão, Pedro Osório, Pelotas, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar e Santana da Boa Vista estão em processamento pelo governo do Estado. A Emater Regional anunciou que os prejuízos já somam mais de R$ 1,3 bilhão.

As perdas maiores foram contabilizadas em São Lourenço do Sul, com R$ 407,3 milhões. A cultura com mais perdas na região é o milho com 35% de quebra, em média, assim como a abóbora cabotiá. Em Pelotas, desde a última semana estão em funcionamento as duas bombas emergenciais para manter a qualidade da água bruta no ponto de captação na Barragem Santa Bárbara, que abastece  60% do município, sendo o principal manancial da cidade. 

O Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep) atua com plano de ações desenvolvido na barragem que registrou a marca de -2 metros. De acordo com a diretora-presidente do Sanep, Michele Alsina, a situação exige a adoção de medidas pontuais para manter a Estação de Tratamento de Água (ETA) Santa Bárbara encarregada de tratar a água captada na barragem, operando a pleno. “Chegar aos dois metros negativos ainda em janeiro é preocupante. Estamos em sinal de alerta desde o final de 2022, atuando com intervenções fundamentais, como a transposição das águas do Arroio Pelotas para a barragem e a instalação das bombas de emergência, além de intensificar as ações de rotina no sistema”, destaca.


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