Ecosul apresenta estudo para prorrogação de contrato de concessão do Polo Rodoviário de Pelotas

Ecosul apresenta estudo para prorrogação de contrato de concessão do Polo Rodoviário de Pelotas

Proposta prevê a redução imediata do valor do pedágio em 40%

Angélica Silveira

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Nesta quinta-feira, representantes da Ecosul irão apresentar aos prefeitos da Zona Sul um estudo visando a prorrogação do contrato de concessão do Polo Rodoviário de Pelotas. O atual compromisso termina em março de 2026. A empresa tem a concessão de 457 quilômetros, sendo 124 na BR 116 e 116 na BR 290. Atualmente a empresa é responsável por quatro praças de pedágio.

A proposta é a redução imediata do valor do pedágio em 40%, aonde automóveis, por exemplo, que atualmente pagam R$ 12,30 passariam a pagar R$ 7,38. Em contrapartida, haveria a criação de mais duas praças de pedágio entre Pelotas e Porto Alegre e a Ecosul ficaria responsável pela duplicação de 90 km entre Pelotas e Guaíba na BR 116; a duplicação do lote quatro da BR 392, que inclui 8,9 quilômetros no Porto do Rio Grande; a recuperação da ponte do canal São Gonçalo, entre Pelotas e Rio Grande que está desativada desde 1974; e a conclusão de obras de duplicação de 116 quilômetros da BR 290, entre o entroncamento da BR 116 e a cidade de Pantano Grande.

Pelo estudo da Ecosul, as obras na região Sul seriam concluídas até 2024 e na BR 290 em 2028. A ex-prefeita de Cristal, vice-presidente da FAMURS e integrante do grupo de lideranças Juntos pela Duplicação da BR 116, Fábia Richter, afirmou que o grupo, após saber da ideia da Ecosul, pediu uma reunião com a concessionária, o que ocorreu nos últimos dias.

“Temos a vontade de impactar já o valor do pedágio. Se a Ecosul tem a intenção de prorrogar, nós não temos interesse em manter cinco anos este valor de pedágio. Em momento algum ficamos felizes com as obras simplesmente, entendemos que o nosso maior problema é o pedágio caro”, observa. Para ela, a prioridade é diminuir o pedágio. “Não há nada definido, até o momento são especulações e conversas sobre o estudo”, pondera.

O presidente da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) e prefeito de Canguçu, Vinícius Pegoraro, já participou da apresentação do estudo da concessionária junto com representantes de outras entidades da região. “Eles não falaram no prazo de prorrogação do contrato. Acho que o estudo deve ser mais aprofundado. O Tribunal de Contas da União já disse que eles estão recebendo acima do que deveriam. Deve ser mensurado o prejuízo que a região teria sem as obras propostas e se vale a pena uma nova modalidade de concessão”, pondera.

Para Pegoraro, um outro ponto a ser considerado é se a proposta não aumenta os custos para investimentos. “O pedágio da maneira que está não pode se manter. O próprio TCU diz que se continuar assim até 2026 a Ecosul vai arrecadar R$ 800 milhões além do que deveria”, justifica.


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