Escassez de chuvas muda cenário ao longo do rio Pardo

Escassez de chuvas muda cenário ao longo do rio Pardo

Cenário era semelhante na mesma época em 2020

Otto Tesche

O leito secou em várias partes e em outros pontos restam apenas pequenos filetes de água

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A escassez de chuvas volumosas nos últimos meses provocou mudanças no cenário ao longo do rio Pardo, principalmente entre os municípios de Candelária e Rio Pardo, onde é a foz no rio Jacuí. O leito secou em várias partes e exibe pedras e vegetação rasteira. Em outros pontos restam apenas pequenos filetes de água. A situação traz preocupação aos agricultores e também pela possibilidade de problemas no abastecimento de água na região.

Na área da ponte velha, que liga a zona urbana de Rio Pardo à Várzea do Camargo, o rio se transformou em um riacho, sem correnteza, e é possível a travessia pelo leito sem sequer molhar os pés. A Secretaria Municipal de Obras aproveitou o baixo nível da água para a limpeza do local. Em três dias de trabalho na semana passada houve a remoção de 69 cargas de galhos acumulados nas pilastras.

A quantidade de água ainda existente no trecho da ponte velha é tão pouca que impossibilita até mesmo o banho das crianças que moram nas redondezas. Nos pontos onde há maior concentração de água, a profundidade é suficiente somente para cobrir os pés de um adulto. Conforme os moradores, o nível baixou rapidamente desde o início do ano. O cenário era semelhante na mesma época em 2020, mas ainda havia maior volume de água no leito.

Devido à estiagem, algumas famílias do interior de Rio Pardo ficaram sem água para consumo. O prefeito Edivilson Brum solicitou à Secretaria do Trabalho, Cidadania e Assistência Social e Defesa Civil para levar bombonas com o produto às comunidades. Até agora houve a entrega de cerca de 300 litros de água para famílias do Passo da Areia e Passo da Taquara.

Na localidade de Rebentona, no município de Candelária, o rio Pardo secou por completo e exibe apenas pedras e vegetação rasteira que cresce sem a água corrente. O diretor de Meio Ambiente, Valter Fernando Schmidt Auler, afirma que a situação preocupa diante dos problemas nas lavouras de arroz, milho e soja.

Apesar do leito do rio ter secado em Rebentona, no ponto de captação de água da Corsan, nas proximidades do Balneário Carlos Larger, mais conhecido por Prainha, o nível da água com o reservatório formado no local do barramento ainda tem fôlego para a manutenção do abastecimento da cidade. Mas o diretor de Meio Ambiente destaca a importância do uso consciente da água pela população para evitar o racionamento.


Correio do Povo
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