Escola de Caxias oferece aulas de português para imigrantes e refugiados

Escola de Caxias oferece aulas de português para imigrantes e refugiados

Foco é oferecer apoio aos estudantes que necessitam se familiarizar com a Língua Portuguesa

Celso Sgorla

Ao menos 12 alunos vindos do Haiti e Venezuela frequentam regularmente as aulas que ocorrem uma vez por semana

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A Escola Municipal de Ensino Fundamental Caldas Júnior, no bairro Petrópolis, em Caxias do Sul, está oferecendo aulas de português para estudantes estrangeiros matriculados na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA). Pelo menos 12 alunos vindos do Haiti e Venezuela frequentam regularmente as aulas que ocorrem nas sextas-feiras à noite.

A iniciativa de propiciar o aprendizado da língua portuguesa foi da Secretaria Municipal da Educação (Smed), com apoio da Faculdade Murialdo, Centro de Atendimento ao Migrante (CAM) e Coletivo Ser Legal.

De acordo com o assessor pedagógico da Smed, Adriano Zanandrea, o foco é oferecer apoio aos estudantes que necessitam se familiarizar com a Língua Portuguesa. “O que pretendemos com a iniciativa é promover a integração dessa população no ambiente escolar, facilitando sua inclusão social, e trazer qualificação, na medida em que, por meio da escolarização e do conhecimento da língua, o horizonte de possibilidade do cidadão imigrante é expandido”, destaca.

As aulas são ministradas pela professora Maria Aparecida Crizel, que atua no Ensino Fundamental, na rede municipal de ensino. Conforme Maria Aparecida, as lições envolvem o desenvolvimento das habilidades de compreensão de diversos tipos de textos, a prática de diálogos cotidianos, a pronúncia e a escrita, conforme a necessidade e interesse dos estudantes, comparando os aspectos formal e informal.

“Eu vejo o valor que eles dão às aulas e a cada nova informação. Respeitosos e cuidadosos, são pessoas que passam o dia inteiro trabalhando, chegam aqui exaustos e ainda têm sede de aprender. Além disso, eles trazem materiais e dúvidas. Também vibram diante das curiosidades que aprendem sobre as nossas expressões e cultura, como o uso do ‘tchê’ e outras palavras e termos regionais”, afirma a professora.

Um dos estudantes é o haitiano Roody Covil, morador de Caxias do Sul há cerca de um ano e seis meses. Ele, que não falta nenhuma aula, conta que aprender sobre a pronúncia é muito importante. “Eu quero fazer faculdade de Direito no Brasil, porque pretendo passar muito tempo aqui. Se eu não consigo falar português, eu não posso viver bem. Também quero ser um grande comunicador, porque gosto de falar em público”, diz.

As matrículas seguem abertas durante todo o ano e podem ser realizadas na Smed, localizada na rua Borges de Medeiros, 260, centro do município, de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h. O telefone para contato é (54) 3901.2323.


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