Falta de listagens e presença da BM: eleição do Sindicato dos Rodoviários de POA é suspensa e poderá parar na Justiça

Falta de listagens e presença da BM: eleição do Sindicato dos Rodoviários de POA é suspensa e poderá parar na Justiça

Urnas foram postas “sob suspeita” pela comissão eleitoral após listas para conferência não constarem para apuração

Felipe Faleiro

Stetpoa - Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Porto Alegre

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Está suspensa por tempo indeterminado e poderá parar na Justiça a eleição para a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte de Porto Alegre (Stetpoa), devido a supostas fraudes denunciadas pelas duas chapas concorrentes ao pleito, iniciado na última terça-feira e com previsão de encerramento na quarta. Denúncias de supostos sumiços de votos e listagens de votantes, mais votos do que participantes e até uma intervenção da Brigada Militar (BM) marcaram as horas anteriores ao término do pleito.

De acordo com a ata de uma reunião realizada na quinta-feira na sede do sindicato, no bairro Cidade Baixa, a apuração seguia sem problemas, porém foram postas “sob suspeita” pela comissão eleitoral ao menos uma urna da sede, pela falta de três folhas da lista de votantes, e outra da VTC, pela falta de mais uma folha. A contagem prosseguiu nas demais, mas uma terceira urna da empresa Sudeste também chegou ao local sem a listagem. A Chapa 1, de situação, assim, pediu a parada do processo.

No entanto, a Chapa 2, de oposição, solicitou o prosseguimento da apuração nas quatro urnas restantes, das garagens da VAP, Carris, Viação Belém Novo e Presidente Vargas. Ainda conforme a ata, na sequência, “o presidente da apuração retirou-se do local, sob a alegação de que não continuaria com a apuração, embora sob protestos da Chapa 2”. A situação escalou, e a BM foi acionada ao menos três vezes, “comparecendo à sede do sindicato para conter os tumultos causados pela apuração”.

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O documento prosseguiu, dizendo que “restou evidente que o local não fornece condições de segurança a todos os que (estavam) do lado de fora com ânimos exaltados”. As urnas sob suspeita seguem guardadas na sede do sindicato sob a guarda de seguranças particulares de ambas as chapas. Na ata, a Chapa 1, cujo candidato a presidente é Adair da Silva, que busca a reeleição, se manifesta dizendo que houve “total insegurança do pleito eleitoral, razão pela qual requer a nulidade de todos os atos de coleta de votos e do escrutínio até então realizado”.

Já a Chapa 2, do candidato a presidente Adão José dos Santos, o Adão Gigante, afirma que, diante da suspensão, deverá entrar com representação na Justiça e no Ministério Público do RS (MPRS) solicitando que os votos da eleição atual sejam contabilizados, ou que haja uma fiscalização por parte dos órgãos para um novo pleito. A categoria rodoviária tem 3,6 mil representantes em Porto Alegre, dos quais 1,7 mil são sócios e têm direito a voto, que não é obrigatório.

O mandato é de cinco anos a partir de 2025. Ao todo, 13 urnas foram instaladas, uma em cada uma das 12 garagens da cidade: VTC, Carris, Belém Novo, VAP, Presidente Vargas, Sudeste, Navegantes, Nortran, Sopal, Restinga, Gasômetro e Trevo, e a 13ª na sede. O 9º Batalhão de Polícia Militar (9º BPM), responsável pela área, confirmou, em nota, que foi acionada a comparecer na sede do Sindicato dos Rodoviários. “As partes envolvidas receberam a devida orientação, e a Brigada Militar permanece atenta, com policiamento ostensivo na área e a presença de agentes de inteligência realizando o monitoramento das proximidades”, prosseguiu a nota.

Leia a nota completa do 9º BPM

A Brigada Militar, por meio do 9º BPM, informa que, na data de ontem, foi acionada a comparecer na rua Venâncio Aires, na sede do Sindicato dos Rodoviários, onde estava ocorrendo uma eleição com a participação de duas chapas. As partes envolvidas receberam a devida orientação, e a Brigada Militar permanece atenta, com policiamento ostensivo na área e a presença de agentes de inteligência realizando o monitoramento das proximidades.


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