Famílias retiradas da ERS 118 se reúnem com o Estado e questionam crédito para moradia

Famílias retiradas da ERS 118 se reúnem com o Estado e questionam crédito para moradia

As famílias reivindicam o reajuste do aluguel social

Fernanda Bassôa

Uma nova reunião foi agendada para primeira a quinzena de setembro

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Representantes das famílias retiradas da faixa de domínio da ERS 118, no trecho de Sapucaia do Sul, entre 2013 e 2014, para a duplicação da rodovia e que ainda hoje seguem vivendo de aluguel social, foram recebidos por autoridades da Secretaria de Obras e Habitação do Estado para discutir a questão da moradia própria. A finalidade do encontro, de acordo com o coordenador do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Cristiano Motta Schummacher, foi construir um canal de diálogo para que as famílias – que tiveram suas casas demolidas - possam vir a ser contempladas com um crédito para aquisição da sua casa própria.

“Sabemos que governo federal acabou com os recursos para habitação e que áreas estaduais, que estavam disponíveis, já foram ocupadas. Por isso precisamos que o Governo do Estado entre com recursos financeiros para compra direta da casa ou faça a destinação de um valor a título de indenização para as famílias que tiveram suas casas destruídas.”

Segundo ele, a reunião foi produtiva e positiva pois, finalmente o grupo conseguiu encaminhamentos para debater uma questão grave que há anos está pendente. “Nossa mobilização construiu uma agenda permanente com o Estado, onde vamos avançar e discutir as questões de moradia destas famílias. Além disso, lutamos pela realocação das pessoas que foram excluídas do aluguel social e que agora foi sinalizada a possibilidade de serem reincluídas na lista de beneficiárias. O Estado admitiu que não existe nenhuma política de habitação neste sentido, mas estamos debatendo e questionando a carta de credito.”

Segundo ele, é necessário que esta questão seja subsidiada pelo governo estadual. O valor de R$ 50 milhões foi apresentado pelos moradores, mas enquanto a proposta segue em avaliação, as famílias reivindicam o reajuste do aluguel social.

A Secretaria de Obras e Habitação, por meio do secretário José Stédile, informou que está buscando junto ao governo do Estado o reajuste de 60%, que corresponde a defasagem do período sobre o aluguel social. Em relação à compra assistida ou a indenização, proposta apresentada pelo Movimento, bem como as cifras de 120 ou 130 mil reais, a mesma será analisada pelo governo do Estado - Secretaria de Obras e Habitação, através do departamento de Regularização Fundiária e Reassentamento.

Sobre os 23 nomes, o governo informou que eles foram excluídos por questões técnicas. A SOP reavaliará a situação dos mesmos e só serão reincorporados àqueles que estiverem dentro dos critérios do programa. Uma nova reunião foi agendada para primeira a quinzena de setembro.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895