Familiares mostram alívio, mas pedem agilidade no julgamento da Kiss
Pais avaliaram que decisão do STJ sobre júri popular foi "primeiro passo"
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Os familiares das vítimas do incêndio da boate Kiss mostraram "alívio" com a decisão do Superior Tribunal de Justiça de enviar a júri popular o julgamento do caso. Ainda assim, eles pediram mais celeridade para que seja feita Justiça no incidente que deixou 242 mortos em 2013.
"Estamos aliviados, já que uma primeira etapa foi concluida. Espero que a Justiça de Santa Maria marque o julgamento ainda para o ano de 2019 e que a justiça seja feita", enfatizou Flávio da Silva, presidente da Associação de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM). "Como pai quero que os culpados paguem pela tragédia que provocou a matança de nossos filhos", acrescentou.
O diretor jurídico da AVTSM, Paulo Carvalho, perdeu um filho no incêndio. "Desta feita a Justiça foi rápida. Foi um primeiro passo e espero que o júri popular possa fazer a reparação de uma tragédia onde morreram inocentes que foram para uma festa", avaliou.
O advogado de Mauro Hoffmann, um dos proprietários da Boate Kiss, Mário Cipriani, relatou que a defesa avalia um recurso. "Estamos avaliando a possibilidade. A decisão por unanimidade não faz muita diferença", frisou.
O incêndio, ocorrido em 27 de janeiro de 2013, deixou 242 mortos e mais de 600 feridos. Dois ex-sócios da casa noturna e dois integrantes da banda que se apresentava na noite da tragédia são os réus no caso.
A Sexta Turma do STJ, por unanimidade, acolheu nesta terça parcialmente os recursos do Ministério Público (MP) e da Associação dos Familiares de Vítimas da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) reconhecendo os indícios de dolo eventual, o que direciona o julgamento para o Júri Popular. O pedido de reconhecimento das qualificadoras foi negado.