Fevereiro inicia com rios da Região Metropolitana do RS em baixa pela estiagem

Fevereiro inicia com rios da Região Metropolitana do RS em baixa pela estiagem

Mais de 45% dos municípios gaúchos já protocolaram situação de emergência devido à seca

Felipe Faleiro

Trechos da orla do Guaíba seguem com nível mais baixo em razão da falta de chuvas

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A estiagem no Rio Grande do Sul segue causando graves efeitos nos municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre, principalmente no abastecimento de água, causados pela baixa vazão dos mesmos. Os níveis dos rios continuam sua trajetória de queda, devido às chuvas escassas e altas temperaturas. O Rio Gravataí iniciou o mês de fevereiro com o registro de 1,48 metro na medição mantida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) no Balneário Passo das Canoas, no município de Gravataí, após a chuva que chegou a 17,2 milímetros na tarde de terça-feira.

O nível do Gravataí já se mantinha acima de 1,40 metro desde a tarde do último sábado, após outro intenso episódio de chuva na área de medição. Já em Alvorada, a régua da Estação de Tratamento de Água (ETA) da Corsan exibia, na manhã desta quarta-feira, a marca de 1,52 metro. Por sua vez, o Sinos, no Centro de São Leopoldo, apresentava 69 centímetros, com forte tendência de oscilação, de acordo com a aferição da Agência Nacional de Águas (ANA).

Na Elevatória de Água Bruta (EAB) do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae), registrou, nesta quarta-feira, 1,50 metro, dentro do nível considerado baixo. Em Novo Hamburgo, a Companhia Municipal de Saneamento (Comusa) aferiu 2,50 metros. No final de janeiro, o Semae iniciou testes com uso de drones para levantamento topográfico e cadastros técnicos. Segundo a autarquia, as primeiras medições foram feitas na ETA Imperatriz Leopoldina, ou ETA 2. 

“Se comparado com metodologias tradicionais, o mapeamento com drone é mais barato, rápido, produtivo e versátil”, afirmou o assessor técnico de Engenharia do Semae, Ronan de Jesus. O objetivo do projeto, cujo período de execução é estimado em 60 dias, é identificar as necessidades para eventuais ampliações das redes de abastecimento de água e demais serviços de esgotamento sanitário. No Guaíba, a marca da régua do Cais Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre, alcançou 47 centímetros. 

No entanto, o curso d'água apresenta comportamento dinâmico, de altas e quedas diárias, graças ao fluxo de seus afluentes. Nesta semana, o mais recente Informativo Especial de Estiagem, divulgado pela Sala de Situação do RS, vinculado à Sema, mostrou que o Guaíba segue em estado de atenção. Já o Sinos, Caí e Baixo Jacuí permaneciam em nível de alerta, enquanto o Gravataí registrou margem segura. No final da manhã desta quarta-feira, já havia subido para 227 o número de municípios do Rio Grande do Sul com protocolos de situação de emergência abertos junto ao Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD), do Sistema Nacional e Proteção e Defesa Civil. 

O número representa mais de 45% das 497 cidades gaúchas. Ao mesmo tempo, a Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs) estima que os prejuízos econômicos com a atual seca, fenômeno que ocorre pelo quarto ano seguido, alcancem R$ 5,6 bilhões na agricultura e pecuária no Estado. A Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal) estima em R$ 200 milhões as perdas apenas em sua área geográfica de atuação.


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