Hospital Centenário restringirá serviços a partir de segunda-feira

Hospital Centenário restringirá serviços a partir de segunda-feira

Medida, que afeta procedimentos eletivos, valerá inicialmente por 90 dias para readequação

Stephany Sander

Atendimentos serão reduzidos no Hospital Centenário

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O Hospital Centenário, de São Leopoldo, vai restringir ainda mais os serviços a partir da próxima segunda-feira, por um período de 90 dias. A medida foi anunciada pela prefeitura nesta quinta-feira. Buscando há dois anos e meio por mais repasses do Estado, a direção da casa de saúde regional vai suspender todos os procedimentos eletivos, como cirurgias e exames, reduzir o número de leitos, operando apenas com os regulamentados e não com os extras, e fechar uma clínica médica. Além disso, de acordo com o prefeito Ary Vanazzi, apenas a população de São Leopoldo, bem como crianças e gestantes, terão garantia dos atendimentos de urgência e emergência. Conforme a Prefeitura, o custo mensal da casa de saúde é de R$ 9 milhões, sendo que a instituição recebe apenas R$ 255 mil do Estado e R$ 2,3 milhões da União. O restante é bancado pelo Município ou vira dívida com fornecedores e funcionários. 

Os serviços eletivos, que já  estavam suspensos para moradores de outras cidades, também não funcionarão para os pacientes de São Leopoldo. Segundo a presidente da Fundação Hospital Centenário, Lilian Silva, deixarão de ser feitas 600 cirurgias e cerca de 250 novas consultas no período de 90 dias, que servirá de readequação. A UTI adulto passará de dez para seis leitos, e a UTI Neonatal contará com oito, em vez de dez. “Vamos deixar de desembolsar R$ 2 milhões neste período, mas não se trata de uma economia, mas sim de reequilíbrio financeiro, já que serão amenizados os gastos de diárias de UTI, de horas extras dos profissionais e até de insumos e exames.”

O secretário municipal de Saúde, Ricardo Charão, reforça que os serviços eletivos serão concentrados nas unidades básicas dos bairros, nos Centros de Saúde 24 horas e na UPA Zona Norte e que, se necessário, pacientes serão encaminhados para outros hospitais. Segundo a prefeitura, a dívida total do Estado chega a R$ 44 milhões. Na próxima semana, o prefeito vai assinar um decreto de emergência, a fim de garantir as condições mínimas para manter o trabalho na  saúde.

Estado nega pendências com o Centenário

Nota do  governo  informa  que a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, recebeu por mais de uma vez o prefeito de São Leopoldo e outros  gestores locais para tratar das questões do município, quando ela informou que o Estado não dispõe de recursos novos para os hospitais. Diz ainda que a orçamentação foi medida tomada em 2013 e que definiu por critérios da época destinar valores complementares para alguns hospitais, sendo que, por isso, São Leopoldo recebe, desde então, valor menor do que outros serviços.

Segundo a nota, o Estado não tem pendências financeiras com o Centenário, estando em dia com seus compromissos, visto que os valores são sequestrados dos cofres estaduais, mediante medida judicial. Informa também que São Leopoldo é um município de Gestão Plena na saúde e recebe repasses do governo federal referentes ao teto MAC (Média e Alta Complexidade) e que o Estado já se colocou à disposição para buscar, em Brasília, o aumento desse serviço.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895