Hospital Centenário utiliza nova tecnologia em pacientes para reduzir necessidade de intubação

Hospital Centenário utiliza nova tecnologia em pacientes para reduzir necessidade de intubação

O tratamento não é indicado para pacientes claustrofóbicos

Stephany Sander

Conectada a um respirador, a bolha pode ser utilizada por até 12 horas no paciente

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A Área Covid do Hospital Centenário, de São Leopoldo, está utilizando uma nova tecnologia, não invasiva, que pode reduzir a necessidade de intubação dos pacientes. É a Bolha de Respiração Individual Controlada, a BRIC. A bolha impermeável, transparente, vedada e inflável tem conexões respiratórias que permitem a oxigenação pulmonar reduzindo o esforço do paciente e sem a necessidade de sedação.

O equipamento é indicado para pacientes com disfunção respiratória, com baixa saturação, mas ainda sem indicação para intubação. Conectada a um respirador, a bolha pode ser utilizada por até 12 horas no paciente. No Centenário, a tecnologia segue um protocolo específico e a utilização é por até 8 horas para avaliação da resposta do paciente. Antes de ser instalada, e cada quatro horas de uso, os níveis de oxigenação são medidos e os parâmetros indicam a nova etapa de tratamento de cada paciente.

O paciente Joezer Brasil de Souza, de 33 anos, internado há 14 dias na UTI Covid, já utilizou o item por quatro dias, o que evitou que fosse intubado. A saturação inicial de 67 evoluiu para 96, mantendo os níveis dentro da margem de segurança. Nesta quarta-feira, ele deixou a UTI e foi para um leito clínico. “Foi muito bom, estava preocupado por talvez ter que ser entubado, consegui respirar bem, me senti tranquilo e agora comemoro ter saído da UTI’’, disse.

Na Área Covid do Centenário, três bolhas estão sendo utilizadas e de acordo com o coordenador da fisioterapia da instituição, Rodrigo Ferreira, a bolha oferece maior conforto ao paciente. “Com ela, o paciente pode se comunicar e fica mais confortável. É uma forma de manter o paciente fora da intubação e garantir resultados satisfatórios’’, explica. Para usar a bolha, o paciente passa por uma avaliação rigorosa. O tratamento não é indicado para pacientes claustrofóbicos, com histórico de deslocamento de retina e sangramento de vias aéreas. Os itens foram adquiridos com recursos próprios do Hospital Centenário e custaram cerca de R$ 2 mil cada um.


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